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Produtor aposta na utilização do biogás para sanar passivos ambientais e gerar novas fontes de renda

Publicado em 06/09/2016

FONTE: http://www.suinoculturaindustrial.com.br/

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José Carlos Colombari aposta na produção sustentável de suínos desde 2006, quando implantou o primeiro biodigestor na propriedade com o objetivo de tratar os resíduos dos animais, produzir biogás e, consequentemente, gerar energia. Ao contrário do passado, quando os dejetos eram considerados um “problema”, o aproveitamento econômico dos efluentes proporciona redução nos custos de produção e ameniza os impactos ambientais ao emitir menos gases de efeito estufa.

 

A Unidade Granja Colombari (UGC) está localizada no município de São Miguel do Iguaçu, Oeste do Estado do Paraná, e tem como principal atuação a suinocultura em terminação. Em 2008, a propriedade se destacou pelo pioneirismo, ao tornar-se a primeira granja do Brasil a trabalhar com o sistema de geração distribuída (GD), termo que designa a geração de energia elétrica em conjunto com os produtores independentes de fonte de energia. Foi também a primeira unidade produtiva com auto-abastecimento de energia no Brasil, sendo monitorada pela Companhia Paranaense de Energia (COPEL).

Colombari trabalha em uma espécie de ciclo de reaproveitamento, em que além de gerar a própria energia pode desenvolver energia térmica e usá-la no aquecimento do ambiente dos animais ou da água da lavagem das instalações. Ele aplica ainda na lavoura o biofertilizante, líquido que é resultado do processo de biodigestão da produção do biogás e que atualmente é uma opção mais acessível em relação aos fertilizantes químicos.

“Em energia elétrica, economizamos, mensalmente, em torno de 15 MW de energia, em um valor aproximado de cinco mil reais. Outro produto oriundo do biodigestor é o biofertilizante. Temos uma média de dez animais por hectare, dez vezes mais que a média nacional. Com o uso do biofertilizante, temos uma suposta economia entre 30 e 50 mil reais anuais”, destaca.

A Granja

A Granja Colombari começou em 1997 com um projeto para 500 suínos em terminação. Em 2006, pensando em atender a demanda energética da propriedade e atuar em prol da sustentabilidade, o produtor investiu no biodigestor. Colombari conta que na época gerou uma economia de dois mil litros de diesel mensais. Dois anos depois, em parceria com a Usina Hidrelétrica Itapu Binacional, tornou-se a primeira propriedade do Brasil a implantar a geração distribuída.

“Com uma potência de 35 Kwh, atendíamos a necessidade da propriedade e disponibilizávamos o excedente à companhia elétrica. Em 2010, ampliamos o projeto e passamos a gerar 75 Kwh, potência atual instalada. Esse excedente de energia é utilizado como crédito e pode compensar outras unidades consumidoras de energia, de acordo com as normas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)”, diz o suinocultor. 

Atualmente, a granja conta com cinco mil suínos em terminação, além de produzir grãos e bovinos de corte. A propriedade é uma das 11 unidades demonstrativas do CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis–Biogás) no Brasil.

Segundo o diretor-presidente do Centro, Rodrigo Regis de Almeida Galvão, nos últimos meses o País teve a oportunidade de acompanhar uma evolução na regulamentação do uso e geração do biogás, indicando o surgimento de um novo cenário otimista. “Qual a grande vantagem do Colombari? É que ele sofre menos do que os colegas, pois, praticamente não paga energia. O biogás passa a ser um vetor de transformação econômica e aumento de competitividade na suinocultura. O impacto da alta do preço na energia elétrica na vida do Colombari não existe”, destaca.

Para o suinocultor, os ganhos com o investimento nessa suinocultura sustentável são diversos. Na questão do biodigestor, a propriedade obteve mais qualidade, tanto ambiental quanto econômica. “Reduziu os riscos com contaminação de solo, melhorou a qualidade do ar e trouxe economia em energia e fertilizantes. Pelo pioneirismo no empreendimento, juntamente com a parceria da Itaipu, por meio do CIBiogás, a propriedade se tornou exemplo de sustentabilidade”, cita Colombari.

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