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Publicado em 05/07/2016
FONTE: www.notisul.com.br
Representantes da empresa RDS Energias Renováveis, de Florianópolis, comemoram a Licença Ambiental Prévia (LAP) cedida pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), para a implantação de um complexo eólico em Laguna, com 294 aerogeradores. O próximo passo é conquistar a Licença Ambiental de Instalação (LAI).
Desde janeiro de 2013, a empresa aguardava as liberações dos órgãos ambientais. Um dos maiores
entraves no desenvolvimento econômico do sul do estado, apontado com uma das macrorregiões mais pobres de Santa
Catarina, é justamente o travamento burocrático. Além de licenças, o principal aval para que se
inicie uma obra com tal magnitude precisa ser cedido pelo governo federal, por meio dos leilões da Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel).
E é justamente aí que os investidores esbarram, nos conflitos
papelórios do sistema. São documentos obrigatórios e taxas e mais taxas devidas aos poderes públicos
municipal, estadual e federal. Mas como o potencial de produção de ventos em Laguna vale a pena, como os próprios
investidores afirmam, vale a pena a espera.
O terreno do parque previsto pela RDS na Cidade Juliana fica
próximo da Área de Preservação Ambiental (APA) da Baleia-Franca, regido pelo Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que colocou condicionantes que serão cumpridas pelos investidores.
Este é o maior projeto de energia dos ventos do sul do país, com injeção monetária prevista
de R$ 2,4 bilhões, com parte deste investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Se sair
do papel, o Complexo Lagunar poderá ter potência de 568 MW, o que possibilita a distribuição de
energia elétrica para 2,3 milhões de habitantes. Os aerogeradores serão distribuídos em três
subcomplexos e seis parques eólicos, em área total de 5,5 mil hectares.
Representantes de grupo gaúcho estão habilitados para leilão da Aneel
Um dos
maiores investimentos da iniciativa privada na história do município de Laguna deverá ter início
ainda neste ano, pelo menos é o que preveem diretores do Grupo Open, de Porto Alegre, e da RDS, de Florianópolis.
Ambos são voltados ao mercado de produção de energias eólicas e fotovoltaicas. Os representantes
da empresa gaúcha, por exemplo, já estão habilitados para o próximo leilão da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A RDS ainda mira a Licença Ambiental de Instalação (LAI).
Este leilão iria ocorrer em janeiro deste ano, mas foi prorrogado. “Foi até melhor para nós.
Assim, temos mais tempo para finalizar os últimos detalhes do projeto”, aponta o engenheiro Leo Riffel, do Grupo
Open, que planeja a instalação de 65 aerogeradores na região da Madre, a um custo inicial de R$ 800 milhões.
A companhia catarinense tem pretensões ainda mais ousadas: injetar 2,4 bilhões na construção de
um complexo com 249 torres.
Energia eólica em Santa Catarina
Hoje, a geração da energia a partir dos ventos
no estado está concentrada em Água Doce e Bom Jardim da Serra, Oeste e Planalto Serrano, respectivamente, onde
estão localizados os 15 maiores parques. Mas é em Laguna que os ventos têm mais força e frequência,
segundo apontam especialistas. O potencial produzido pela empresa gaúcha na Cidade Juliana seria de 700 MW por ano,
o que corresponde a um município com 1,2 milhão de habitantes. Portanto, a expectativa seria participar deste
leilão e já colocar o parque em operação no segundo semestre de 2017. Mas agora, com a possibilidade
de nulidade do leilão para este ano, o projeto, se ainda for colocado em prática, deverá ser concluído
mesmo entre o fim de 2018 e o primeiro semestre de 2019.
Laguna entraria em seleto grupo
Apesar dos planos, que podem transformar a Amurel em um dos pontos
de maior destaque na produção de energia elétrica do país - já que em Capivari de Baixo
há geração por meio da Termelétrica Tractebel, Tubarão por meio da Usina Fotovoltaica Cidade
Azul, Rio Fortuna e São Martinho pelas PCHs Barra do Rio Chapéu e Volta Grande, respectivamente, Laguna, com
o parque eólico, entraria neste seleto grupo, e ainda se destacaria como uma das potências em um dos setores
que mais cresce no mundo, e também um dos que mais migram à questão da sustentabilidade.
“Aguardava
ansioso este leilão - em janeiro - para que a empresa iniciasse o processo seletivo. Agora, resta continuar com os
‘bicos’ que faço até alcançar uma oportunidade de trabalho”, projeta o pedreiro desempregado
Antônio Dagorete, que mora em Laguna e objetiva atuar na construção do Parque Eólico.
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