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Publicado em 02/06/2016
FONTE:BiomassaBR
Hoje, os produtores têm a possibilidade de produzir, além de alimentos, sua própria energia. Plantios
dedicados de florestas energéticas em áreas específicas das propriedades – sejam pequenas, médias
ou grandes – contribuem para diversificar a renda dos produtores, diz o pesquisador José Dilcio Rocha, da Embrapa
Agroenergia.
A principal função dos produtores rurais sempre foi, ao longo de sua história,
a produção de alimentos e, efetivamente, o campo alimenta a cidade. Ao abrir a possibilidade de produzir combustível
e energia a partir de matéria-prima florestal, ou seja, biocombustíveis e bioenergia, os agropecuaristas têm
– ou terão – mais flexibilidade e diversificação da sua produção.
Hoje, os produtores têm a possibilidade de produzir, além de alimentos, sua própria energia. Plantios
dedicados de florestas energéticas em áreas específicas das propriedades – sejam pequenas, médias
ou grandes – contribuem para diversificar a renda dos produtores. Tais plantios podem ser usados, internamente, suprindo
as demandas das propriedades ou exportados para fora da porteira, gerando renda e agregando valor à sua produção
global”, destaca o engenheiro químico, que será um dos palestrantes do Congresso Internacional de Biomassa
(CIBIO 2016), que será realizado nos dias 15 e 16 de junho, em Curitiba (PR).
De acordo com Rocha, a floresta
plantada é uma forma de agricultura sinérgica com a produção de alimentos que abre muitas novas
opções aos produtores brasileiros. “Já são hoje quase dez milhões de hectares de
florestas plantadas no Brasil, mas podemos expandir muito mais, sem nenhuma competição com outras culturas ou
atividades rurais.”
BIOMASSA
Falando especificamente sobre a biomassa florestal, segundo
o pesquisador, existem muitas possibilidades e inovações nesta área, que serão abordadas durante
o CIBIO. “A floresta como fonte de energia não é novidade, quando verificamos que o Brasil e o mundo já
foram movidos à lenha e continuam usando largamente esta fonte de energia. Porém, as novidades são as
novas tecnologias de silviculturas com novos clones, novas variedades visando ao aumento da produtividade.”
Conforme Rocha, a aplicação do conceito do sistema de produção, conhecido como iLPF (Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta) é uma tendência de consórcio que se mostra muito eficiente e capaz de
usar o solo com múltiplas atividades, simultaneamente.
“A Embrapa tem dedicado grande esforço
nesta tecnologia em todas as regiões do País. Na área de transformação e uso final, existem
atualmente muitos avanços na indústria de equipamentos de produção de cavacos, briquetes e pellets.
Todas estas transformações objetivam melhor aproveitamento da matéria-prima, menos geração
de resíduos, otimização da logística com o aumento da densidade energética desses biocombustíveis
sólidos, automação de processos para maior segurança e confiabilidade nas operações.”
O engenheiro químico explica que os picadores de lenha para transformação em cavacos são
equipamentos com ampla faixa de capacidade que conseguem ser viáveis para qualquer escala de produção,
podendo ser móveis e assim atender aos cooperados, indo até a floresta que está viabilizando a logística.
“Os cavacos já são usados na secagem de grãos, na geração termelétrica
e em agroindústrias de vários portes para produção de vapor e eletricidade (cogeração).
O desdobro de madeira produz muitos resíduos (serragem, maravalha, costaneiras, pontas de toras), que podem e devem
ser usadas de alguma forma. O aproveitamento integral da matéria-prima florestal também deve ser praticado por
questões ambientais, mas principalmente por questões econômicas.”
ENERGIAS
RENOVÁVEIS
Segundo Rocha, no setor de energias renováveis, o Brasil conta com a matriz energética
mais limpa do mundo, devido ser quase a metade do consumo de energia destas fontes, enquanto que no resto do mundo este percentual
não chega a 15%. “Mas temos muito que prender como, por exemplo, na cadeia produtiva do bambu.”
Ele explica que uma floresta de bambu pode fornecer muitos materiais e energia para a sociedade mais sustentável.
“Assim, dentro das fontes renováveis, a bioenergia é importante para o País e ela tem se desenvolvido
rápido com muito investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), que é a área de atuação
da Embrapa Agroenergia, em Brasília.”
Na visão do engenheiro químico, ainda existem
muitos gargalos relacionados à transformação desta pesquisa aplicada em inovação, ou seja,
“precisamos desenvolver e criar mecanismos eficientes para transferir as tecnologias ao setor produtivo, para que a
inovação ocorra efetivamente, gerando renda, postos de trabalho de qualidade e movimentando a economia”.
CIBIO 2016
Durante sua palestra no Congresso Internacional de Biomassa, em Curitiba, Rocha apresentará
todas estas possibilidades, incluindo o sistema iLPF. “As tecnologias de automação de processos em cenários
de escassez de mão de obra estão cada dia mais atuais e necessárias, inclusive para retirar a presença
humana de locais insalubres da indústria. Uso de novas matérias-primas – como bambu, capim, podas de árvores
urbanas, as raízes de florestas plantadas –, que antes ficavam no solo, já podem ser extraídas
como fonte de energia”, destaca o engenheiro químico da Embrapa Agroenergia.
Em sua opinião,
“eventos como o CIBIO são locais privilegiados para divulgação de avanços tecnológicos,
ponto de encontro dos diversos segmentos da cadeia produtiva da bioenergia seja florestal, agrícola ou pecuária,
além de local para realizar bons negócios”. “Os organizadores estão de parabéns e
encorajados para realizar novos eventos.”
Mais informações sobre a programação
completa do Congresso Internacional de Biomassa, nos dias 15 e 16 de junho, em Curitiba, acesse www.congressobiomassa.com.
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