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Publicado em 06/05/2016
FONTE: www.bemparana.com.br
Nesta quarta-feira (4) a Copel comemorou os 85 anos da Usina Hidrelétrica Chaminé, um dos empreendimentos
de geração de energia mais antigos do Estado. Incorporada pela Copel na década de 70 junto à Companhia
Força e Luz do Paraná, a usina celebra mais de oito décadas em pleno funcionamento, com 18 MW de potência
instalada.
Chaminé fica na margem esquerda do Rio São João, no município de São
José dos Pinhais, em uma área de preservação permanente em meio à Serra do Mar. Para tornar
possível a operação da usina, foram construídas duas barragens: a de Vossoroca, mais à
montante, que deu origem a um reservatório maior, com função de acumulação; e a de Salto
do Meio, com função de regulação.
Chaminé foi o primeiro grande projeto
hidrelétrico do Paraná e teve papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de Curitiba. “Mas
sua importância não é apenas histórica”, afirmou o diretor-presidente da Copel, Luiz Fernando
Leone Vianna, na solenidade de aniversário.
“Ainda hoje, pelo padrão de excelência
imposto em sua operação e manutenção, ela continua tendo valor para o Paraná, graças
à continuidade de sua geração a partir de uma fonte renovável, e tem importância redobrada
para a Copel, que passou a negociar sua energia no Mercado Livre desde a recente criação de uma subsidiária
de comercialização, a Copel Energia”, completou.
O diretor da Copel Geração
e Transmissão, Sérgio Luiz Lamy, lembrou a relevância histórica da usina e o desafio de engenharia
que representou em uma época em que Curitiba era abastecida de forma precária por usinas térmicas. “Com
a segurança de seu abastecimento, Chaminé simplesmente permitiu que Curitiba crescesse, sendo ainda hoje muito
importante do ponto de vista econômico e de geração de energia”, destacou.
A comemoração
também contou com a presença de empregados aposentados, que ajudaram a escrever a história de Chaminé,
e do prefeito de São José dos Pinhais, Luiz Carlos Setim. "Além de um ponto turístico da cidade,
Chaminé é um marco da história que se preserva em benefício das novas gerações",
disse o prefeito.
HISTÓRIA
Oficialmente inaugurada em março de 1931, Chaminé tinha, à época, potência instalada
de 9 MW e duas unidades geradoras. A ampliação, de 1946 e 1952, dobrou sua capacidade, incluindo mais duas unidades
geradoras.
Inicialmente projetada para operar durante 50 anos, a qualidade da manutenção e
um processo de modernização realizado há pouco mais de dez anos permitiram que Chaminé continuasse
ativa, estendendo seu funcionamento por mais algumas décadas.
Na época da construção,
Curitiba experimentava um expressivo processo de urbanização. A população reivindicava mais qualidade
no serviço de iluminação pública e era estimulada a conhecer e se beneficiar das comodidades proporcionados
pela energia elétrica dentro de casa.
Em 1929, numa reação à baixa qualidade
dos serviços de iluminação pública na capital, o Governo do Estado do Paraná transferiu
o contrato da Brazilian Railways Company Ltda. para a Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras, que organizaram
a Cia. Força e Luz do Paraná, pertencente ao grupo norte-americano Electric Bond & Share Corporation. Esse
grupo passou a investir na modernização do sistema de transmissão e também no aumento da capacidade
instalada no Estado.
Começava a construção de Chaminé. Seu funcionamento levou
à extinção da Usina Térmica do Capanema, movida à lenha e construída no final do
século 19 no terreno onde hoje está a rodoviária de Curitiba. A construção durou três
anos, sob comando e supervisão do engenheiro americano Howell Lewis Fry.
Para transportar pessoal,
máquinas e peças até o local, de difícil acesso, foi construído um trole (vagonete sobre
trilhos), ligando a vila residencial à casa de força. O trole acabou se tornando uma marca de Chaminé,
por proporcionar uma viagem de 720 metros através de uma exuberante reserva de Mata Atlântica, vencendo planos
praticamente verticais, com declives de até 55 graus. Operando desde 1929, o trole funciona até hoje, movimentado
por motores que liberam e recolhem um cabo de aço. Esses motores operavam a vapor na época da obra. A partir
1999, o trole foi automatizado.
Na época, Curitiba, então com 80 mil habitantes, dispunha de
capacidade geradora de 2,9 MW. A nova usina veio acrescentar outros 6 MW de energia para o consumo da cidade. Mais tarde,
em 1973, a Força e Luz foi incorporada pela Copel, como resultado de uma campanha do governo federal pela estatização
e fortalecimento das concessionárias estaduais do setor de energia. E a usina passou a fazer parte do sistema Copel
oficialmente dois anos depois.
Até hoje, Chaminé se mantém ativa e engenhosa, constituindo
um dos patrimônios de maior importância da Copel.
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