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Publicado em 15/02/2016
FONTE: UNICA
Em pouco menos de um ano, 51 usinas geradoras de energia elétrica limpa e renovável a partir da biomassa da cana-de-açúcar já receberam o Selo Energia Verde, emitido pelo Programa de Certificação de Bioeletricidade. Este Selo foi uma iniciativa pioneira, em janeiro de 2015, da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em cooperação com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e apoio da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL). Ao longo de 2016, as unidades detentoras desta certificação estimam que produzirão para o Sistema Interligado Nacional (SIN) aproximadamente 10 TWh, equivalente a 11,4% da geração total da usina de Itaipu em 2015.
O gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar José de Souza, ressalta que o potencial técnico da biomassa
da cana pode ir além e alcançar quase duas usinas do porte de Itaipu, com geração de 165 TWh até
2024. “Este projeto de certificação contribuirá para divulgarmos cada vez mais as externalidades
positivas desta fonte, que além de trazer segurança energética para o Brasil, evita a emissão
de CO2. Em 2015, a energia elétrica produzida pela palha e bagaço da cana para a rede elétrica, em geral,
significou evitar a emissão de 10 milhões de toneladas de CO2, quase 15% de toda a emissão de Gases de
Efeito Estufa (GEE) pelo SIN em 2014”, observa o executivo.
O Selo Energia Verde, focado estritamente na geração sucroenergética, contempla usinas que exportam
eletricidade para o SIN e também as que produzem apenas para o autoconsumo, desde que cumpram as diretrizes do Programa
de Bioeletricidade. Algumas destas regras incluem a obrigação de que as unidades geradoras estejam adimplentes
junto à CCEE, sejam associadas à UNICA e participantes do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético
Paulista, ou declarem atender critérios semelhantes, caso localizadas fora do Estado de São Paulo.
Em dezembro de 2015, o Programa de Certificação de Bioeletricidade ampliou a concessão do Selo
Energia Verde a consumidores que adquirirem, no Ambiente de Contratação Livre (ACL), energia elétrica
de qualquer uma das mais de 60 empresas filiadas à ABRACELL, que representam 98% da energia transacionada pelas comercializadoras
no Brasil. Segundo Zilmar de Souza, o objetivo desta medida é dar oportunidade para o consumidor demonstrar sua responsabilidade
socioambiental e, consequentemente, preocupação com a sustentabilidade da matriz elétrica brasileira,
cuja participação da biomassa da cana atualmente é de 7,5%, em termos de potência instalada. “Além
do mais o Selo é fornecido sem custo financeiro, um ponto importante no momento econômico das empresas”,
complementa o especialista da UNICA.
De acordo com o especialista da UNICA, com a elevação das tarifas de eletricidade no chamado mercado
cativo, no qual não existem flexibilidades para negociar condições de contratação e suprimento
de energia, além da grande indústria, várias pequenas e médias empresas (na categoria “consumidores
especiais”) estão migrando para o ACL. Nele, os contratos são negociados diretamente entre consumidores
e vendedores de energia elétrica. Dados da CCEE mostram que, em janeiro de 2016, o ACL foi responsável por 23%
do consumo total de eletricidade no País.
Para a ABRACEEL, neste ano ainda são esperadas 700 novas migrações para o ACL, um aumento de aproximadamente 40% sobre o total de 1.826 empresas que já atuam neste ambiente. “Há uma conjuntura favorável para o ACL. O consumidor que já está neste mercado ou o que ainda migrará terá a oportunidade de obter um Selo cujo principal objetivo é incentivar o desenvolvimento de uma energia renovável e sustentável, que é a bioeletricidade da cana”, conclui Souza.
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