Circuito Cidade Inteligente aborda eficiência energética e novas tecnologias

Publicado em 27/07/2015

Você já imaginou acionar ou desligar um aparelho elétrico a qualquer momento de onde estiver? Essa é apenas uma das novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas e poderão integrar a casa dos consumidores. Para apresentar essa e outras possibilidades, o Museu da Light – concessionária de energia elétrica do Rio de Janeiro – inaugurou em sua sede o Circuito Cidade Inteligente.

Com 400 m², o espaço traz ambientes que possuem referências às ruas de bairros cariocas. Durante o trajeto, o visitante passa por cenários que vão desde praias até uma rede de distribuição de energia. Com isso, além de apresentar o funcionamento deste sistema, o objetivo do circuito é mostrar o papel da eficiência energética e das novas tecnologias na vida do cidadão através da apresentação do conceito de modernidade no sistema elétrico e integração das tecnologias.

O cenário que recria o interior de uma casa, equipado com tecnologia smart grid (que engloba equipamentos que vão do medidor eletrônico até tomadas e equipamentos inteligentes) é um dos que mais se destaca durante o percurso. Nesse ambiente é possível encontrar algumas tecnologias que já estão disponíveis no mercado e outras demonstrações. O solatube é um dos exemplos que já pode integrar as residências. Esse sistema busca captar a iluminação natural por meio de um tubo que atravessa a laje até chegar ao telhado. Outro equipamento apresentado é o medidor inteligente, que permite ao consumidor receber informações e verificar o seu consumo de energia elétrica diariamente.

A utilização de termostatos capazes de desligar automaticamente o aparelho de ar condicionado ao atingir a temperatura programada é outra tecnologia presente durante o circuito. Não se pode esquecer das tomadas inteligentes, que ficam conectadas em rede permitindo o acionamento ou desligamento dos aparelhos por meio da internet e garantindo mais controle, segurança e comodidade.

“A ideia é dar flexibilidade e maior controle para o consumidor, que irá saber os equipamentos ligados em uma tomada e o quanto eles estão consumindo do seu orçamento”, afirma Antônio Raad, responsável pela gestão do Programa de Eficiência Energética da Light.

Segundo o engenheiro, o desenvolvimento tecnológico é importante para garantir a eficiência energética em uma residência, mas não é exclusivo, parte das medidas depende dos consumidores. “A ideia é de que uma vez que o consumidor se conscientize do consumo de cada equipamento ele possa atuar de alguma forma para amenizar isso. A expectativa é que esse nível de informações permita a ele tomar decisões de mudança de tecnologia e de hábito”, pondera.

Ele ainda considera que uma vez disponíveis essas informações, o consumidor será capaz de identificar os equipamentos mais ineficientes. “No circuito, nós temos equipamentos com selo Procel mas, eventualmente, o consumidor tem um equipamento velho, que está obsoleto e com uma eficiência muito baixa podendo o consumo chegar a ser de 25 a 30% maior”.

O Circuito Cidade Inteligente ainda traz uma tecnologia mais eficiente para o segundo maior consumidor de energia elétrica de uma residência: o chuveiro, que fica atrás apenas do ar condicionado na lista dos mais consumidores.

A proposta apresentada possui um sistema de recuperação de calor em que se consegue utilizar um chuveiro de menor potência. “Teoricamente, seria necessário um chuveiro de 4500 watts. Com essa medida, a potência do chuveiro é reduzida para 3000 watts, o que garante um ganho de quase 30%”, afirma Antonio Raad.

O engenheiro ainda diz que quanto mais opções de temperatura possuir um chuveiro (em contraponto aos que contêm apenas as opções “verão” e “inverno”), mais fácil para o consumidor tomar uma decisão e economizar. Com todas essas medidas, a redução do consumo de energia desse aparelho pode chegar a 45%.

No circuito, também são apresentados os três tipos de lâmpadas e suas diferenças. A incandescente, que possui um alto consumo e já possui potências não mais comercializadas; a fluorescente compacta, que tem um baixo consumo e é a mais utilizada atualmente; e a de LED, mais econômica que a fluorescente compacta, mas um pouco mais cara.

A economia que o consumidor pode obter com a troca de lâmpadas é considerável. Segundo Antonio Raad, da incandescente para a fluorescente a redução seria de cerca de 75%. Além disso, a lâmpada incandescente duraria mil horas, enquanto a fluorescente duraria cerca de 8 mil horas. Já a lâmpada de LED pode durar de 4 a 5 vezes mais do que a fluorescente comum, cerca de 35 mil horas, e a economia chega a ser de 30%.

Na área que simula a rua ficam expostos veículos com mobilidade elétrica e uma biblioteca com um acervo sobre eficiência energética. Um sistema de iluminação pública mais eficiente também é apresentado.

“Os sistemas de iluminação pública tradicionais utilizam, basicamente, lâmpadas com vapor de mercúrio e de sódio e, em alguns lugares, mistas. Agora, com a entrada do LED, muitos sistemas estão sendo substituídos”, afirma o engenheiro de eficiência energética da Light.

Além disso, durante o trajeto é possível se deparar com situações cotidianas e como elas interferem na distribuição de energia. Durante a simulação de um “gato” no sistema elétrico, o visitante visualiza como o aumento da demanda afeta a rede a ponto de interromper seu fornecimento em determinada região. A sobretensão e seus efeitos para o sistema de distribuição de energia elétrica também é exposta aos visitantes por meio de simulações cenográficas de tempo.

Atualmente, quando ocorre um problema semelhante no sistema de distribuição, uma área muito grande é afetada. Para lidar com essas situações é apresentada a tecnologia smart grid, que integra a rede de distribuição ao sistema de comunicação, permitindo que um problema na rede seja detectado e isolado rapidamente, afetando uma menor quantidade de pessoas. Ou seja, com essa funcionalidade das redes inteligentes será possível responder de forma mais rápida aos problemas da rede de distribuição de energia, já que avarias serão quase que instantaneamente detectadas pelo sistema. Sendo assim, o centro de distribuição será capaz de disparar equipes de campo para restabelecer o funcionamento de energia, sem a necessidade de que o consumidor ligue para informar o problema. Essa tecnologia já está sendo implantada no estado e, como o custo é de todo o sistema, ele está sendo passado gradativamente ao consumidor.

O Circuito Cidade Inteligente faz parte do Programa de Eficiência Energética da Light. O espaço, construído com recursos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), recebeu investimentos de R$ 4,5 milhões. O espaço está aberto ao público para visitações de segunda a sexta-feira, às 15h30. A entrada é gratuita.

Informação de: Procel Info