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Benefícios da energia solar para o Brasil ainda precisam ser divulgados

Publicado em 01/07/2015

O Brasil é um país privilegiado quando se trata de energia solar, já que possui um índice de irradiação muito alto, durante todas as estações do ano, em suas cinco regiões. Somente em Santa Catarina, ela é 30% maior que a média da Alemanha. O que mais tem se ouvido dizer no setor ultimamente é que “chegou a vez” da energia solar no Brasil. Esta é a opinião difundida por investidores, fabricantes de equipamentos, geradoras de energia, e foi dita inclusive pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

No cenário global, com tantas preocupações em torno das mudanças climáticas e do meio ambiente, a tendência é a busca por novas fontes de energia que possam atender as demandas de consumo, de forma não poluente e sustentável. O Brasil possui um ambiente propício para todas as fontes energéticas, bom potencial para as já consolidadas, bem como as que alternativas que despontam no cenário de médio e longo prazo. No caso de fontes fotovoltaicas, o mercado brasileiro é extremamente promissor, pois dispõe de grande parte do silício, matéria prima essencial para produção das células fotovoltaicas. Para Rodrigo Sauaia, diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os benefícos da energia fotovoltaica são inúmeros, principalmente por se tratar de uma fonte limpa e sustentável, além da abundância do sol em todo o país.

O potencial brasileiro em produzir energia solar e eólica, por exemplo, já é um grande impulso para que o mercado nacional comece a abrir diálogos, discussões e encontros para a utilização dessas fontes de energia. Chegou a hora do governo, sociedade e iniciativa privada adotarem ainda mais medidas de eficiência energética e potencializarem novas formas de gerar energia. Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apontou que o Brasil ainda segue entre os dez países que mais investem em energia limpa. A China foi uma das maiores investidoras em energia renovável no ano passado, com um recorde de US$ 83 bilhões, aumento de quase 40% em relação a 2013. O documento diz ainda que o mercado, em 2014, foi dominado por investimentos recordes em energia solar e eólica.

Contudo, mesmo o Brasil tendo alta incidência de luminosidade solar, esse tipo de energia ainda é pouco aproveitada e possui pouca representatividade na composição da matriz energética. Atualmente o país possui 317 usinas de energia solar em operação, para produção independente e consumo próprio, que representam apenas 0,01% da matriz energética brasileira. A energia eólica, por exemplo, corresponde a 4,3%. Dentro deste contexto, o primeiro projeto de uma usina solar de escala comercial no país foi do empresário Eike Batista. Ele inaugurou uma planta na cidade Tauá, no Ceará, em 2011, com capacidade instalada de 1 MW. Hoje, depois da crise que desmantelou o Grupo X, a usina tem cinco funcionários, pertence à alemã Eneva e continua produzindo seu modesto 1 MW.

Dentro de uma política de incentivo no setor, o leilão de Pernambuco, realizado em 2013, foi o primeiro no país dedicado exclusivamente à energia solar. Além disso, o BNDES faz exigências de nacionalização de fabricação de equipamentos para definir financiamentos aos parques solares. Por outro lado, fabricantes internacionais esperam o resultado do leilão de energia solar para decidir se instalarão fábricas no país, com base na demanda que deve surgir. Atualmente, parte dos componentes importantes de usinas solares são importados. As células de silício que compõem um painel fotovoltaico, por exemplo, são compradas da China que, por sua vez, compra o “silício bruto” do Brasil, possuidor da maior reserva do mundo.

Os benefícos para pessoas físicas e jurídicas que desejam utlizar o sistema de energia solar são inúmeros. De acordo com Diogo Zaverucha, diretor comercial da SolarGrid, trata-se de um bom negócio porque” o usuário investe em um sistema que é feito para durar 30 anos e já começa a economizar na conta de luz desde o primeiro mês ”.

Para Zaverucha, além disso, é possível gerar sua própria energia e ser auto-suficiente, o que é algo bastante atraente. Para que a produção de energia solar no Brasil ganhe força será essencial que essa agenda seja fruto de esforços conjuntos do governo e empresas de iniciativa privada envolvidas no processo produtivo e no planejamento energético, além do consumidor. Em 2013, ano do leilão de Pernambuco, a produção nacional de coletores para sistemas de aquecimento solar cresceu 19,8% em 2013, somando mais de 1,38 milhão metros quadrados.

Segundo pesquisa realizada em 2013 pelo Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) junto às empresas do setor, a área acumulada de coletores instalados no país chegou a 9,793 milhões metros quadrados. Essa área acumulada equivale à geração de energia térmica suficiente para evitar a emissão anual de 2,15 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (tCO2). A produção de coletores solares abertos (para piscinas) cresceu 18,3%, enquanto a de coletores fechados (para aquecimento da água de banho) aumentou 19,4%. Observa-se também que projetos híbridos, em que usinas solares são erguidas em locais nos quais já existem outros projetos de geração, geralmente eólicos ou hidrelétricos, tendem a ter vantagens competitivas.

Diante da crescente demanda por energia no Brasil, o senador goiano Wilder Morais apresentou um projeto de lei (PLS 382/2014), que foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado, voltado ao atendimento dessa demanda. O senador afirma que apesar de já haver, no Brasil, incentivos destinados à fonte solar fotovoltaica, os obstáculos para a disseminação dessa opção limpa de geração de energia elétrica ainda persistem. Para ele, ”o custo e o investimento inicial são elevados. Esse problema é ainda mais grave junto aos cidadãos de menor poder aquisitivo”.

Informação de: Procel Info

 

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