Biomassa da cana atinge 10 mil MW e é terceira fonte de energia em capacidade instalada na matriz nacional
Publicado em 29/06/2015
A biomassa sucroenergética - energia limpa e renovável, produzida a partir dos resíduos da cana-de-açúcar,
como o bagaço e a palha - terceira fonte mais importante da matriz de energia elétrica do Brasil em termos de
capacidade instalada, alcançou mais um grande feito no dia 25/05, atingindo o marco de 10 mil MW em potência
efetivamente fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Atrás apenas das fontes hídrica
e gás natural, a biomassa da cana representa 7% da matriz energética brasileira, sendo quase 2,5 vezes superior
à capacidade instalada pelas termelétricas à base de óleo combustível e de diesel e a aproximadamente
três vezes ao parque gerador à base do carvão mineral.
Para Zilmar de Souza, gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar
(UNICA), isto representa a importância da biomassa para o setor elétrico e também para a sustentabilidade
da matriz de energia elétrica. “No fim do ano, durante a COP-21 em Paris, enquanto os países discutirão
como lidar com as mudanças climáticas, a bioeletricidade sucroenergética mostra, na prática, como
contribuir para garantir o suprimento energético com sustentabilidade. Trata-se de um grande estudo de caso de sucesso
brasileiro”, comenta Souza.
Segundo o representante da UNICA, em 2014, somente o volume de exportação de bioeletricidade para o sistema
elétrico brasileiro, sem considerar a energia elétrica gerada para o autoconsumo, evitou a emissão de
mais de oito milhões de toneladas de CO2. Outro marco importante da biomassa.
Embora tenha atingido 10 mil MW em capacidade instalada, a expansão da bioeletricidade da cana ainda é
um ponto de atenção para o setor sucroenergético. Em 2010, de acordo com a ANEEL, a fonte chegou a instalar
1.750 MW, equivalente a 12,5% de uma usina Itaipu. Todavia, em 2015, a previsão é que a biomassa seja responsável
pelo acréscimo de apenas 633 MW, ou seja, 36% do que foi instalado em 2010, mostrando que a fonte poderia ter um papel
atual ainda mais relevante na matriz de energia elétrica, caso tivesse havido uma continuidade em sua expansão
anual.
Para Souza, é necessário evitar uma política do tipo stop and go (ou go and stop) e promover de
uma vez a definição de uma agenda positiva clara, estável e estimulante de longo prazo para o setor sucroenergético.
“Mantendo-se o movimento de melhora de preço nos leilões regulados, que estamos observando ultimamente,
e das condições institucionais no setor elétrico, a fonte biomassa da cana já mostrou que tem
potencial para aprofundar seu papel como uma das soluções na garantia do suprimento energético e da sustentabilidade
da matriz elétrica brasileira”, conclui o gerente da UNICA.
Informação de: Tn Sustentável
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