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Publicado em 28/05/2015
Uma das apostas da cadeia do milho para escoamento do excedente da safra é a fabricação de etanol. Porém, a falta de política agrícola direcionada ao biocombustível em geral - que inclui a cana-de-açúcar enquanto matéria-prima - limita o detalhamento sobre a viabilidade total de produção a partir do grão.
"A falta de segurança que a cadeia de milho tem para produzir o etanol é a mesma da cadeia de cana. Então serão dois setores com falta de segurança?", questiona o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar.
Para ele, o ideal seria estabelecer critérios de governo que favoreçam financeiramente o etanol, seja de cana ou de milho, em função de seu benefício ambiental, no entanto, o secretário admite que nada disso poderá sair do papel durante a etapa de ajustes fiscais.
Apesar da viabilidade técnica já comprovada, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Marcos Montes (PSD- MG), enfatiza que precisamos "definir se realmente o projeto é viável ou não, isso é uma interrogação que não está respondida ainda".
Neste contexto, dois impactos são levados em consideração: a manutenção do grão enquanto alimento de proteína animal (principalmente suínos e aves) e o reflexo no setor sucroenergético.
Para Nassar, a discussão que envolve a segurança alimentar "já foi superada". Como representante da cadeia, o vice-presidente do segmento de aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, diz que a entidade é favorável à produção do biocombustível cereal desde que sejam estabelecidos critérios de zoneamento - para que isto ocorra apenas nos estados onde a safra de milho tiver excedente - e que não onere os custos da ração animal.
O executivo lembra que a demanda interna pelo grão gira em torno de 50 e 60 milhões de toneladas. Em contrapartida, dados do último levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), projetam um volume de 78,5 milhões de toneladas para a temporada de 2014/ 2015. "Existe um excedente e somos a favor de medidas que estimulem o milhocultor a continuar produzindo. Direcionar para outra atividade dentro do nosso País é melhor do que exportar a commodity e subsidiar nossos concorrentes que produzem frango lá fora", ressalta Santin.
Em relação ao mercado do grão, o presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk, disse que mesmo com os altos níveis de produção, a grande preocupação está na disponibilidade de recursos para a safra e a que custo.
Informação de: Portal do Agronegócio
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