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Publicado em 25/05/2015
Pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul desenvolveram placas de captação de energia solar mais eficientes
que a média mundial, a custos menores, mas ainda não conseguiram ganhar escala no mercado brasileiro. “Usamos
a mesma matéria-prima do exterior com uma receita brasileira de forma mais econômica”, diz Adriano Moehlecke
um dos responsáveis pela pesquisa. Moehlecke afirma que foram feitas estimativas mostrando redução de
gastos na fabricação em comparação com os padrões internacionais, mas que ainda não
pode divulgar esses números. Sobre a eficiência, a célula nacional converte 15,4% da energia solar em
elétrica. Pode parecer pouco, mas a média mundial é de 14%. As melhores placas solares comercializadas
do mundo convertem cerca de 16%.
Atualmente, a tentativa de produzir de forma viável as placas fotovoltaicas
é feita em uma mini fábrica dentro da PUC. A ideia dos pesquisadores, que trabalham há 10 anos no projeto,
é desenvolver um meio de gerar este tipo de energia e comercializá-lo no país, com materiais encontrados
no mercado nacional.
O setor tem acumulado crescimento. “A industria de módulos fotovoltaicos cresce a uma média de 80 %
ao ano no mundo”, diz Moehlecke . Foram produzidos 7.900 megawatts entre 2007 e 2008. A energia gerada é equivalente
a metade da geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu. “A cada dois anos, saem das fábricas,
uma Itaipu solar, mas o Brasil está fora de tudo isso, as aplicações são muito tímidas
ainda, a maioria em sistemas isolados da rede elétrica”, diz.
Moehlecke estuda a produção
de energia solar desde 1997 em parceria com a pesquisadora Izete Zanesco. O trabalho foi iniciado na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul e ganhou notoriedade em 2002 quando os pesquisadores venceram o Prêmio Jovem Cientista.
Eles já receberam cerca de R$ 6 milhões em investimento do Governo Federal, Financiadora de Estudos e Projetos
(FINEP), Petrobrás, Eletrosul e Companhia Nacional de Energia Elétrica (CNEE). Isso tudo, no entanto, ainda
é insuficiente para que essas placas sejam produzidas em grande escala. Foram entregues 200 unidades aos patrocinadores
do projeto, Petrobrás, Eletrosul e outras empresas. Os módulos serão instalados e testados em março.
Por que não temos
São diversas as razões que podem explicar a falta de incentivo a esse tipo de energia no Brasil. Um deles
é o preço, a energia ainda é mais cara que as demais. “Mas este valor está caindo ano a
ano”. Cálculos da Universidade Federal de Santa Catarina revelam que em 2013 o quilowatt-hora produzido pela
rede elétrica convencional brasileira e aquele produzido pelas redes solares terão o mesmo valor na região
Nordeste.
Outra razão para o aparente desinteresse em investir em fontes de energias limpas é “a
muleta das hidrelétricas: ter uma energia limpa hoje, dificulta o desenvolvimento de novas energias mais limpas. Mas
temos que pensar no futuro sem carvão ou nuclear, não vamos conseguir aproveitar os rios eternamente”.
A falta de mercado imediato também faz com que investidores não queiram apostar nesta tecnologia: “O governo
diz que não haverá incentivo à produção enquanto não houver mercado. As empresas
não se interessam em produzir porque não há incentivo do governo, é um ciclo”, diz Moehlecke.
Informação de: Webioenergias
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