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Publicado em 25/11/2014
A contratação de 1.048 MWp de capacidade fotovoltaica no leilão de energia de reserva (LER), acima do sinalizado pelo governo, já dentro da demanda considerada atrativa para o estabelecimento de uma indústria local. "O sinal é muito positivo para a atração da cadeia produtiva. Esse, que foi o primeiro leilão, já contratou quase 900 MW de potência injetada", comemora o diretor executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.
A associação defende que o volume de contratação anual para viabilizar uma indústria solar brasileira é de 1GW. Se o ritmo for mantido, projeta Sauaia, não só a montagem dos módulos no Brasil – exigência atual de conteúdo local do BNDES – será possível, como também a fabricação dos inversores e outros equipamentos.
Para convencer e atrair uma indústria solar para o país, defende Sauaia, ainda é necessário que o governo esclareça alguns sinais que estão sendo dados atualmente. O executivo cita, por exemplo, a exclusão da fonte no Leilão de Fontes Alternativas que o governo anunciou para abril do próximo ano. A ideia é de que fique mais claro que haverá contratação da fonte também nos próximos anos e não apenas neste.
Além disso, seria necessária a separação da fonte solar e eólica nos leilões A-3 e A-5, o que ainda não aconteceu neste ano.
Agora, o setor deve provar que os preços ofertados no leilão, uma média de R$ 215/MWh frente ao preço-teto de R$ 262/MWh, são factíveis. "Foi de fato surpreendente [o preço]. Superou todas as expectativas, tanto a nossa, como associação, quanto dos analistas", comenta Sauaia.
A Absolar, de acordo com o executivo, espera que os empreendedores tenham sido "responsáveis" nos preços ofertados. "O resultado do leilão não é só o que foi publicado hoje pela CCEE, mas também o desenvolvimento desses projetos", explica.
Eólica
A energia dos ventos, que negociou 769 MW a R$ 142/MWh, frente a um teto de R$ 144/MWh, negociou mais uma vez a maior parte da energia contratada em leilões regulados – foram 334 MW médios, contra 202,3 MW médios da solar.
Para a presidente executiva da ABEEólica, Elbia Melo, o resultado ficou dentro das expectativas e o preço reflete os desafios do setor, como riscos assumidos com a transmissão da energia.
Biomassa
Nenhum dos oito projetos térmicos a biomassa de resíduos sólidos urbanos ou biogás chegou a ofertar energia. Ao todo essas usinas totalizavam 151 MW de capacidade. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás), Cícero Bley, esse resultado já era esperado, mas não pode ser visto como negativo.
“O preço-teto não estava dando condição para esses projetos e o que ocorreu foi uma sinalização disso. Já estiveram na mesma situação as fontes eólica e solar, em outros leilões, e agora elas têm um preço adequado”, comenta. Para Bley, o resultado sinaliza para a Aneel que o valor estabelecido não viabiliza os projetos e que por isso deve ser repensado.
Para o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte, é o momento de o governo abrir diálogo com a indústria. “Quando dá ‘no-show’ é porque alguma coisa está errada e o governo tem que conversar com o mercado para reformular sua política”, explica.
Biomassa no A-5
Se o resultado para a biomassa no LER não foi positivo, a expectativa é diferente para o próximo leilão A-5, planejado para 28 de novembro. Na concorrência não estão inscritas as usinas a biomassa de resíduos sólidos ou biogás que participaram neste LER, mas usinas a bagaço-de-cana ou que usam florestas dedicadas.
Apesar da concorrência direta com térmicas a gás natural e carvão, o preço-teto de R$ 209/MWh deve viabilizar projetos a biomassa, confia Duarte. “Se dos 32 projetos (1.917 MW) que temos inscritos, conseguirmos viabilizar 25, cerca de 1.500 MW, já será uma recuperação para a indústria”, projeta.
Informação de: Brasil Energia
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