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Publicado em 19/11/2014
Um ônibus que utiliza biometano como combustível está sendo testado desde outubro no Parque Tecnológico da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu. O veículo da Scania, fabricado na Suécia, é igual aos modelos que já circulam em várias cidades da Europa. No Velho Continente, a tecnologia é considerada madura. No Brasil, ontem (18/11) foi assinado um termo de cooperação técnica entre a empresa e a montadora para desenvolver e estimular o uso do gás como combustível veicular. E esse não é o único veículo que utiliza o combustível alternativo: um carro também foi incorporado à frota neste mês.
O coletivo possui o motor dedicado tanto para o uso do gás natural (GNV) quanto para o biometano. Além disso, cerca de 80% das peças são iguais às dos modelos a diesel. Na Europa, o modelo é mais popular porque está dentro do padrão Euro 6, que emite menos poluentes. No Brasil, o padrão de motorização ainda é o equivalente ao Euro 5.
O diretor de vendas de ônibus urbanos da Scania nas Américas, Silvio Munhoz, explica que esse modelo emite 70% menos poluentes que um similar movido a diesel e tem autonomia de 300 quilômetros. “As grandes cidades pressionaram a indústria para produzir uma versão que pudesse consumir gás para reduzir a contaminação nas metrópoles europeias.”
O veículo que está sendo apresentado ao mercado brasileiro é desenvolvido para trabalhar com gás – natural ou biometano. “É uma tecnologia robusta, madura e confiável e que possui um custo operacional muito competitivo”, afirma. O ônibus também possui um mecanismo informatizado e moderno que controla a gestão do combustível, ou seja, o veículo se autorregula para garantir a potência do motor.
Durante a apresentação, o ônibus circulou com a imprensa e alguns participantes do evento pela área da usina. O veículo é silencioso e atinge velocidade semelhante à dos tradicionais movidos à diesel. Segundo o master driver da Scania, Miguel Morales Gomes, a diferença de desemprenho em subidas e descidas “é zero”. Para viabilizar a comercialização e o uso deste tipo de transporte no Brasil seria necessário nacionalizar 60% das instalações, e isto depende de investimentos da montadora.
O ônibus ficará em Foz até 24 de novembro, servindo como transporte para os trabalhadores da Itaipu. Depois, segue para mais uma rodada de apresentação no Rio Grande do Sul. O projeto é uma parceira da binacional e da Scania com o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás-ER), Fundação PTI e a Granja Haacke – responsável pela produção do biometano.
Para os entusiastas do projeto, o uso do biometano como combustível pode representar o futuro em termos de conservação ambiental. Ele é o resultado da purificação do gás gerado a partir da decomposição de matéria orgânica. No caso do ônibus de Itaipu, o gás é produzido na Granja Haack, em Santa Helena, a partir de dejetos de aves.
O processo de filtragem e envasamento do gás é feito na própria granja. Para o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Júnior, a produção do biogás “fecha um circuito, econômico, ambiental e social” em volta de um só combustível que é desenvolvido no próprio meio rural, além de ser uma alternativa ao diesel. “Para cada metro cúbico de metano que se queima no motor, se reduz 21 toneladas de equivalentes de gás carbônico. O impacto na questão do efeito estufa também é gigantesco.”
Um carro movido a biometano também foi integrado à frota de veículos de Itaipu, no início de novembro. O veículo, um Fiat Siena Tetrafuel, está em uso pela Superintendência de Energias Renováveis da usina. Assim como ocorre com o ônibus, o combustível para abastecer o carro também vem da Granja Haacke, parceira dos projetos. Um posto para abastecimento foi instalado no Parque Tecnológico da empresa.
De acordo com Cícero Bley, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, no futuro, a ideia é desenvolver no local uma planta de produção do combustível, aproveitando o lixo do restaurante e a estação de esgoto do parque, que ficam ao lado do posto. Desse modo, a empresa abasteceria seus veículos com custo zero.
Informação de: Gazeta do Povo
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