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Publicado em 07/10/2014
Talvez um leigo nunca imaginaria, mas no futuro os estuários – regiões de transição entre rios e mares – podem se transformar em fonte potencial de energia elétrica. O assunto já é levado a sério pelos europeus e tornou-se tema de pesquisa do professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Davi Monteiro.
Físico, Monteiro é professor do curso de Energias Renováveis da Unila e se interessou pelos estudos de fontes alternativas de energia. O aproveitamento da chamada energia azul, por estar relacionada aos oceanos, ocorre a partir de membranas semipermeáveis, explica o professor. A água, doce e salgada, é canalizada para um tanque, sem necessidade de queda ou desnível como ocorre em hidrelétricas. A membrana não deixa a água salgada passar de um lado para outro. Esse mecanismo provoca uma diferença de pressão e faz girar uma turbina, que ficaria próxima ao estuário.
A geração de energia depende, praticamente, da qualidade da membrana, segundo Monteiro. É esse o desafio dos pesquisadores, porque a membrana tem furos que só deixam passar moléculas de água. Porém, com o tempo, os furos acumulam sujeira e é necessário trocar os equipamentos, que são caros.
“O grande avanço é construir membranas que se possa usar muito tempo e que aguentem uma pressão grande ou de um volume grande de água, porque quanto maior for o tamanho dessa membrana, fisicamente ela vai receber maior volume de água”, relata o professor. Apesar de ser semipermeável, a membrana precisa deixar passar substâncias apenas de um lado para outro. É nesse ponto que as pesquisas se concentram hoje.
Protótipo
Para efeitos de estudos, Monteiro, que começou a pesquisa em 2012, montou um protótipo, um tanque de vidro que tem água doce e salgada. O tanque serve para testar a eficiência de membranas semipermeáveis, ou seja, o tempo de vida útil e a resistência dos poros. “É um trabalho experimental para testar quanto elas suportam não só de sal dissolvido, mas também de outras partículas”, explica.
Pesquisa
No Brasil, apenas um grupo de pesquisa estuda a geração de energia a partir dos estuários. Na Noruega e Holanda, projetos pilotos, de pequeno porte, foram colocados em prática.
Como as pesquisas estão em fase laboratorial e não existem usinas em atividade em larga escala, não há estudos que indiquem com precisão a quantidade de energia produzida. No entanto, com base no volume de águas de rios disponíveis hoje, é possível afirmar que a produção de energia seria maior que toda a matriz mundial disponível.
Informação de: Gazeta do Povo
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