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Publicado em 03/09/2014
Investidores da área de energia eólica estão buscando novas fronteiras para seus empreendimentos, fora da Região Nordeste e do Rio Grande do Sul, hoje os principais centros produtores do país. O Paraná – que foi o pioneiro da energia dos ventos na Região Sul mas hoje tem apenas 2,5 megawatts (MW) de capacidade instalada – deve receber nos próximos anos investimentos estimados em R$ 2,8 bilhões, que vão aumentar esse número para cerca de 677 MW.
A usina de Palmas, no Sul do estado, pertence à Copel e iniciou a operação em 1999, com cinco aerogeradores. Em julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou uma joint venture entre a Copel e a Weg Equipamentos Elétricos, de Santa Catarina, para a construção de dois aerogeradores, com capacidade total de 4,2 MW, também em Palmas.
Mas há outros dois projetos, bem mais ambiciosos, em andamento. Ambos estão sendo analisados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O primeiro ficará em Palmas e o segundo, nos Campos Gerais.
O novo parque eólico de Palmas, idealizado por um consórcio privado, terá três usinas: Água Santa, com potência de 80,5 MW; Serra da Esperança, com 43,7 MW; e Rota das Araucárias, com 46 MW. As obras devem começar em 2015 e estão orçadas em R$ 800 milhões. O governo estadual sancionou as leis que permitem a instalação do parque, mas o projeto ainda aguarda o agendamento da audiência pública como parte do processo para obter o aval do IAP.
O maior de todos os projetos, o da construção do complexo eólico dos Campos Gerais, tem audiência prevista para 24 de setembro em Tibagi. O projeto é da empresa Taim Cade e prevê a construção de 18 usinas com 250 aerogeradores que irão gerar até 500 MW. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 2 bilhões.
A empresa prefere aguardar a audiência para falar do empreendimento. A usina será instalada na divisa dos municípios de Castro, Tibagi e Carambeí, com acesso pela PR-340. O vice-prefeito de Castro, Marcos Bertolini, confirmou que a empresa já instalou equipamentos de monitoramento dos ventos em 2013.
Apesar dos investimentos previstos em parques eólicos, o Paraná não tem projetos desse tipo inscritos nos dois próximos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com isso, os novos parques do estado devem participar de outros certames ou negociar energia no mercado livre.
O primeiro ocorre em 30 de setembro na categoria A-5 (energia a ser entregue em 2019). O governo recebeu a inscrição de 1.041 empreendimentos, dos quais 708 são eólicos. O Paraná tem sete projetos de outras categorias de geração na disputa. O segundo leilão, de energia de reserva, está agendado para 31 de outubro. De 1.034 empreendimentos inscritos, 626 são usinas eólicas. O Paraná concorre apenas com uma usina térmica.
Das usinas movidas a vento que estão na disputa dos leilões, a maioria está nas principais regiões produtoras: o litoral nordestino (Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí); o interior da Bahia e de Pernambuco; e o Rio Grande do Sul.
Para a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, é natural que as usinas se concentrem nas regiões com melhores condições de vento para que possam oferecer preços mais competitivos nos leilões. “Não significa que outros estados não possam ter usinas, mas isso é algo que demora mais um tempo”, aponta Elbia.
Ela lembra que a tecnologia dos aerogeradores está em evolução. “Antes tínhamos torres com 50 metros e hoje já temos tecnologia para torres com 125 metros”, acrescenta, complementando que assim outros estados terão mais condições de entrar no setor. São Paulo e Minas Gerais estão seguindo este caminho, segundo ela, com a confecção de mapas eólicos.
Informação de: Gazeta do Povo
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