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Eletricidade ficará 17% mais cara no país

Publicado em 15/07/2014

Redução de 20% na conta de luz em 2013 ficou diluída com crise de abastecimento e uso de termoelétricas.

Os consumidores brasileiros estão pagando um preço muito alto pela redução de 20% nas tarifas de energia elétrica feita pelo governo federal no ano passado. O desequilíbrio financeiro no setor provocado pelas medidas impostas para forçar a queda nas tarifas, somado à operação a plena carga das termelétricas em decorrência da forte estiagem, está batendo nas contas de luz. De acordo consultorias especializadas em energia, os aumentos médios nas contas de energia dos consumidores residenciais neste ano devem ficar entre 16% e 17%, o que praticamente anula a redução do ano passado. E em 2015 será pior: o reajuste ficará entre 21% e 25%. 

Analistas consideram que esses reajustes podem servir para pôr mais combustível na inflação e fazer com que ela feche 2014 acima do teto da meta do Banco Central, ou seja, superior a 6,5%. Segundo a MB Associados, as contas residenciais de luz devem acumular avanço de 17,4% neste ano, o que faria o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo BC, fechar 2014 com alta de 6,7%. Conforme o economista-chefe da consultoria, Sergio Vale, a energia se tornou a grande vilã dos preços no ano. Ele diz esperar aumentos ainda mais significativos ao longo de 2015. Para o banco ABC Brasil, o IPCA deve terminar este ano em 6,4%, porém, os reajustes nas tarifas em 2015 deverão elevar o impacto da energia residencial no índice de preços.

O consumidor já sente no bolso o custo da energia mais cara. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica, das 34 concessionárias que já tiveram os seus reajustes autorizados entre janeiro e julho deste ano, 31 aumentaram seus preços. Desse total, 27 tiveram altas acima de dois dígitos, que variam de 11% a 36,54%. Isso significa que, até agora, cerca de 43,2 milhões de residências pagam mais caro pela conta de luz. Até dezembro, ainda haverá reajuste em outras 30 distribuidoras de energia. 

Fábio Cuberos, gerente de Regulação da Safira, destacou que, apesar dos elevados aumentos concedidos, as tarifas ainda estão represadas. O executivo explicou que os custos adicionais com as usinas térmicas em 2013, que seriam repassados ao consumidor neste ano, foram diluídos em quatro anos a partir de 2015. Além disso, o impacto nas tarifas do empréstimo de R$ 11,2 bilhões, feito por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, só será repassado às tarifas em 2015 e 2016.

Indústria: Estudo indica mudanças para o setor

Os custos de toda a desorganização no setor elétrico chegam a R$ 53,8 bilhões desde 2013. Deste total, R$ 35,3 bilhões serão pagos pelos consumidores de energia elétrica, nas suas contas de luz. Os outros R$ 18,5 bilhões serão pagos em impostos. Ou seja, por todos os contribuintes.

Esses dados constam do documento Setor elétrico: Uma agenda para garantir o suprimento e reduzir o custo de energia, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que faz parte das propostas do setor entregues aos candidatos à Presidência. “As propostas são para tarifas mais módicas para as indústrias, para aumentar a sua competitividade”, diz Roberto Wagner, especialista em políticas da CNI.

O estudo indica a permissão na participação dos compradores do chamado mercado livre nos leilões de energia, hoje restritos ao mercado cativo; construção de hidrelétricas com reservatórios em algumas regiões e adoção de medidas que estimulem a geração distribuída. 

Informação de: Gazeta do Povo

 

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