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Publicado em 30/06/2014
A Eletrosul, subsidiária da Eletrobras, inaugurou no dia 27 de junho, em Florianópolis uma usina de energia solar acoplada ao prédio da sede administrativa da empresa.
O projeto tem 4,2 mil painéis fotovoltáicos instalados em uma área de 8,3 mil metros quadrados no
teto do edifício.
Apesar de o prédio absorver parte da energia, o objetivo principal não é
atender ao consumo da empresa e de unidades vizinhas, e sim vendê-la no mercado livre.
"Comercialmente, temos contrato com uma pequena central hidrelétrica que atende à demanda do edifício
da Eletrosul. Pode ser que a partir de 2015 a gente troque o contrato passando a atender a toda a demanda local com a energia
da usina solar. Vamos avaliar. Mas, por enquanto, o objetivo é comercializar e divulgar a tecnologia. Nas cidades do
futuro, haverá muitos prédios assim. Queremos estar prontos para o boom da energia solar ", explica Ronaldo
Custódio, diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul.
De acordo com ele, o primeiro leilão
para comercializar energia da usina deve ocorrer em agosto deste ano.
O investimento no projeto, de R$ 9,5 milhões,
foi financiado pelo banco de fomento alemão KfW.
Considerada sustentável, a energia solar sai mais
cara do que opções como as hidrelétricas e termelétricas.
Segundo Ronaldo Custódio,
uma usina solar, com financiamento em condições idênticas ao de uma hidrelétrica, pode sair de
cinco a sete vezes mais cara. Depois de construída, no entanto, ela tem a manutenção menos dispendiosa.
"A hidrelétrica até tem um impacto ambiental global menor, embora tenha impacto local tanto do ponto de vista ambiental quanto social", comenta.
Com capacidade instalada de 1.000 quilowatts, o suficiente para atender a 540 residências, a usina é o maior
empreendimento na América Latina com produção de energia acoplada a um prédio.
Além
disso, é a única com esse conceito a gerar energia para comercialização.
Para Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, a usina de energia solar
é um marco importante.
"Eu acho que é uma iniciativa bem-vinda, junto com Tanquinhos e Tauá
[usinas de energia solar respectivamente em Campinas, São Paulo, e no interior do Ceará]. Serve para mostrar
que a energia solar é uma opção viável para a segurança energética", diz.
Baitelo acrescenta que as iniciativas de maior porte têm avançado mais do que a implantação de
pequeno porte e doméstica da energia solar, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) buscou
incentivar em 2012, aprovando resolução que previa desconto na conta de luz para residências e empresas
microgeradoras que fornecessem excedente.
"Esse é outro capítulo, que caminha mais devagar. A gente
tem alguns problemas a transpor, principalmente o financiamento".
Segundo ele, as linhas de crédito ofertadas
pelos bancos atualmente não têm prazos e taxas de juro satisfatórias.
"Um projeto de energia
solar que atenda a uma família pode custar de R$ 15 mil a R$ 20 mil. Se vai ter uma economia de R$ 30, R$ 40, R$ 50,
o ideal é que o custo do financiamento seja esse. Estamos dialogando com governo e bancos. É um mercado com
potencial muito grande", observa.
Informação de: Portal do Agronegócio
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