O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 20/05/2014
Acima da linha do Equador, o Brasil possui uma palmeira com potencial elevado para se tornar fonte de biocombustível.
Desde 2010, a Embrapa por meio do PROPALMA, projeto financiado pela Finep, objetiva viabilizar a produção de
espécies produtoras de óleos alternativas, e o inajá, palmeira oleaginosa encontrada na região
Norte do País, é um dos alvos dessa pesquisa.
A palmeira presente em grande quantidade em toda região
Amazônica, com maior concentração em Roraima e no Amapá, possui fruto com elevada quantidade de
óleo. De acordo com Otoniel Duarte, pesquisador da Embrapa Roraima (Boa Vista, RR), responsável pelo projeto
nesse estado, os resultados mostram que o inajá, que pode chegar a 20 metros de altura é capaz de produzir cerca
de 4.000 litros de óleo por hectare ao ano. Esse valor supera, em produtividade, outras fontes tradicionais de biocombustíveis
e confirma o grande potencial da palmeira na produção óleos para atender ao crescente mercado de biodiesel.
"O óleo produzido pelo inajá tem potencial de mercado bastante interessante, pois pode vir a atender a esse
mercador", afirma Alexandre Alonso, pesquisador da Embrapa Agroenergia e líder do Projeto PROPALMA.
Otoniel
Duarte garante que o manejo do inajá também é uma alternativa viável e interessante para a agricultura
familiar, tornando o ganho social outro ponto positivo dessa palmeira. "Características como ausência de espinhos,
adaptação a solos pobres, resistência ao fogo, alta densidade por área e grande produtividade permitem
um manejo barato e fácil para os pequenos produtores rurais, gerando energia e renda que tornam o inajá uma
espécie atraente", salienta Otoniel.
Em Roraima, ocorrem as maiores concentrações da planta
por hectare. Otoniel explica que o inajá, por ser uma planta rústica, era até muito recentemente considerado
uma praga pelos produtores. A planta, no entanto, possui palmito nobre, polpa e amêndoas de onde é extraído
o óleo, que pode ser utilizado também na indústria alimentícia, de cosméticos, de produtos
farmacêuticos e rações. Esses usos eram desconhecidos pela população. "Após os resultados
das pesquisas com o inajá começarem a ser divulgados pela Embrapa, muitos produtores passaram a nos procurar
com informações sobre áreas com a palmeira e desejando orientação sobre possíveis
usos. Com a difusão das informações sobre o potencial do Inajá, o que se percebe é que
muita gente não elimina o inajázal. Inclusive nós temos produtores que já estão utilizando
o inajá", complementa Otoniel.
Sistema de Produção
Atualmente a exploração
se dá exclusivamente por extrativismo e várias ações do projeto visam dar suporte a esse tipo
de aproveitamento. A primeira ação consiste na identificação e mapeamento de maciços de
ocorrência natural do inajá. "Para que a exploração extrativista ocorra de maneira sustentável
e rentável é necessário primeiro identificar áreas em que as palmeiras ocorrem em maior concentração",
afirma Alexandre Alonso. A partir da identificação, os pesquisadores visam, a avaliar esses maciços quanto
às suas diversas características e também determinar o potencial produtivo dos mesmos.
Outra
ação importante é o investimento da Embrapa em ações que envolvem a determinação
do ponto ideal de colheita como forma de garantir maior qualidade do óleo. Essas ações tem o propósito
de indicar aos produtores o momento correto em que os frutos devem ser colhidos de forma a melhorar a qualidade e o rendimento
do óleo, com impactos diretos na sustentabilidade e rentabilidade da atividade. Estes dados ainda estão em fase
de análise no campo experimental em Roraima. Quando concluídos os estudos, os produtores terão informações
sobre como colher cachos e frutos a fim de garantir óleo da melhor qualidade possível para produção
de biodiesel e outros nichos de mercados mais específicos.
Além disso, a fim de que o inajá
possa vir a ser explorado comercialmente, os pesquisadores da Embrapa têm focado no desenvolvimento de um sistema de
produção para ele. Para tanto estão estudando métodos de manejo dos bosques nativos, as necessidades
nutricionais da planta para indicar a adubação mais eficiente e a produção de sementes. Também
estão determinando o espaçamento adequado entre as plantas e identificando os insetos e doenças que acometem
a espécie. "Em conjunto, todas essas ações tem por objetivo tornar o inajá matéria-prima
viável para a produção de óleo, que possa vir a ser utilizado para a produção de
biocombustíveis", conclui Alexandre Alonso.
Informação de: Embrapa Agroenergia
Envie para um amigo