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Publicado em 19/05/2014
A produção de etanol de cana de açúcar no Brasil sempre esteve atrelada à intervenção estatal. Particularmente, a regulamentação do setor, a partir de 1975, com o advento do Proálcool, resultou em uma forte regulamentação dos elos deste cadeia produtiva. “Até o final da década de 1990, o Estado ditava as regras. Havia cota de produção, fixação de preço, regras de venda de cana de açúcar, a regulamentação era intensa”, conta Marcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ).
No entanto, a partir do início do século 21, o Estado sai de cena e a movimentação do setor passa a ser regida pelas regras de livre mercado. “Os preços passam a ser livres, muda a dinâmica de comercialização de cana, do açúcar e do álcool, nasceu o modelo Consecana”, complementa a professora Marcia, que acaba de lançar, em parceria com David Zilberman, pesquisador da University of California, Berkeley, EUA, um livro que analise a experiência brasileira na produção de etanol de cana de açúcar.
“Production of ethanol sugarcane in Brazil, State Intervention to a Free Market”, publicado pela Springer e traduzido para a língua inglesa com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é resultado das conversas entre Marcia e David sobre a origem do Proálcool, o papel do governo militar e a forte intervenção no setor existente na época. “Decidimos atualizar a análise sobre a experiência brasileira na produção de etanol de cana de açúcar. Particularmente, a análise está focada na desregulação do processo, que ocorreu a partir do final da década de 1990, os desafios enfrentados pelas partes interessadas em um ambiente de livre mercado e as novas regras e mudanças desde 2000”, aponta a docente da ESALQ.
O livro também traz uma avaliação abrangente do interesse internacional em alternativas ao petróleo, nas novas agendas ambientais e sociais e as crises financeiras e, finalmente, como os autores enxergam o futuro dos biocombustíveis no Brasil. “Vários países demonstram interesse em conhecer o modelo de produção de biocombustível e como o Brasil é pioneiro, a demanda da comunidade internacional para conhecer plantas e rotas de produção, pesquisas, vantagens econômicas, sociais e ambientais e a questão legislativa envolvendo esse mercado tem aumentado consideravelmente. Nosso programa de biocombustível está às vésperas de completar quarenta anos, e o etanol de cana-de-açúcar tem vantagens econômicas e ambientais em relação aos biocombustíveis produzidos a partir de outras matérias-primas, como por exemplo o etanol de milho americano , o que aumenta ainda mais o interesse internacional pela experiência brasileira. Esperamos que o livro, publicado no idioma em inglês, possa contribuir para os interessados no tema”, lembra Marcia.
Mais detalhes sobre a obra podem ser encontrados em http://www.springer.com/economics/environmental/book/978-3-319-03139-2
Informação de: Portal do Agronegócio
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