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Publicado em 29/04/2014
A maior usina solar fotovoltaica do Brasil entra em operação em maio no município catarinense de Tubarão. Construída pela Tractebel Energia e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Cidade Azul tem 3 megawatts-pico de potência instalada, equivalentes ao consumo de 2.500 casas, e está na fase de testes. Ela faz parte de um projeto estratégico de pesquisa e desenvolvimento orçado em R$ 56,3 milhões, que envolve outras 11 empresas cooperadas e conta com estações experimentais em todas as regiões do país. O objetivo é avaliar o desempenho de sete tecnologias em diferentes condições climáticas.
O projeto é resultado do edital 13/2011 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), lançado para estimular a inserção da energia solar na matriz energética. Nesse contexto foi aprovada a construção de 18 usinas fotovoltaicas, com potência total de 24,6 MWp e custo estimado de R$ 395 milhões. Há 96 empresas, 62 instituições e quase 600 pesquisadores envolvidos. Os investimentos em P&D ganham relevância diante da escassez de eletricidade e do anunciado boom mundial da energia fotovoltaica. Em janeiro, o Deutsche Bank divulgou relatório que prevê uma "corrida do ouro" da indústria solar nos próximos três anos.
A expectativa do banco alemão é que sejam instalados 46 gigawatts em 2014 e 56 em 2015, principalmente para atender a demanda de China, Japão e EUA. O otimismo se deve à competitividade da energia fotovoltaica na comparação com fontes tradicionais em 19 mercados. Módulos solares e inversores tendem a ter queda de preços e os custos de financiamento devem cair. O Brasil é um dos países com maior incidência de sol - oito horas diárias -, mas pouco aproveita esse potencial. Outra vantagem é a ocorrência de grandes jazidas de silício, matéria-prima de painéis solares.
"Estamos testando o desempenho de três tecnologias na usina: silício cristalino, presente em 90% das placas no mercado; silício amorfo, melhor para países tropicais; e CIGS, um semicondutor formado por cobre, índio, gálio e selênio", explica o professor Ricardo Rüther, que coordena o Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar na UFSC. Para a Tractebel, vale apostar na diversificação: "A ideia é continuar investindo em fontes renováveis, sempre que os projetos forem viáveis técnica e economicamente", diz o diretor-presidente Manoel Zaroni Torres.
Por seu lado, a Eletrosul está investindo R$ 20 milhões em pesquisas para purificação de silício e fabricação de células solares, em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e com a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). A empresa também se prepara para por em operação a maior usina fotovoltaica integrada a um prédio público no país. Os 10 mil m2 de placas instaladas no seu edifício-sede em Florianópolis devem gerar 1,2 gigawatt-hora por ano, o equivalente ao consumo de 570 residências.
Em Juazeiro (BA), um projeto de microgeração de energia e renda está sendo testado. Desde março, dois condomínios integrantes do Minha Casa, Minha Vida geram eletricidade fotovoltaica. Isso possibilita que mil famílias vendam a energia excedente no mercado livre. Assim, conseguem financiar os equipamentos e reforçar o orçamento doméstico. A iniciativa é da fluminense Brasil Solair, em parceria com a Caixa.
Informação de: Valor Econômico
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