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Publicado em 16/04/2014
A grande aposta do governo Dilma Rousseff para dinamizar a inovação na indústria de transformação
começa a sair do papel. A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) lança
hoje (15/04) seu primeiro edital para financiar grandes institutos de ciência e tecnologia (ICTs) que contam com
projetos de inovação com empresas do setor privado.
Ao todo, a Embrapii colocará R$ 260 milhões,
a fundo perdido (subvenção), em quase dez institutos para estimular a inovação na indústria.
O dinheiro que a Embrapii vai usar para irrigar o sistema tecnológico e empresarial representará até
um terço dos projetos. Os institutos vão entrar com outra parte igual e as empresas deverão aportar pelo
menos um terço. Assim, os R$ 260 milhões vão liberar ao menos R$ 800 milhões.
Um pré-requisito
importante do edital será a exigência para que os ICTs, que vão disputar o dinheiro da Embrapii, tenham
um histórico de captação de recursos com empresas de no mínimo R$ 4 milhões, em média,
nos últimos três anos.
"A Embrapii vai injetar vitamina no instituto que já sabe fazer. Entramos
com um modelo novo de financiamento da inovação no Brasil, que exige um relacionamento contínuo entre
a empresa e o instituto, com quem fecharemos um plano de ação, com metas de gestão que serão acompanhadas
por nós", disse o presidente da Embrapii, João Fernando Gomes de Oliveira.
Elaborada em 2011, no
início da gestão Dilma Rousseff, a Embrapii funcionou nos últimos três anos em fase piloto. A empresa,
que é uma Organização Social (OS) com contrato de gestão assinado com os ministérios de
Educação e de Ciência, Tecnologia e Inovação, vem trabalhando com três institutos:
o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) e o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), ambos em São Paulo, e
o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), do Senai da Bahia (BA). Com eles, a Embrapii aprovou 68 projetos
nas áreas de manufatura, automação, bionanotecnologia, saúde e energia, que representaram R$ 188
milhões, dos quais R$ 62 milhões da Embrapii.
Entre os projetos apoiados estão o de desenvolvimento
de "plataforma tecnológica de nanoencapsulação" com empresas como Boticário, Natura, Yamá
e Theraskin, feitos junto ao IPT. Com o Cimatec, a Embrapii financiou um projeto de pesquisa e desenvolvimento de robô
subaquático autônomo para monitoramento e controle de linhas e estações petrolíferas, no
valor de R$ 29,8 milhões, para a empresa BG Group.
Gestada pelo então ministro de Ciência e
Tecnologia, Aloizio Mercadante, e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Embrapii foi vendida
pelo governo Dilma Rousseff como a "Embrapa da indústria". A empresa deveria aproximar laboratórios e pesquisadores
de empresários e trabalhadores, de forma a acelerar a inovação no Brasil. Quando anunciou o Plano Inova
Empresa, com R$ 33 bilhões em crédito subsidiado para inovação, em março do ano passado,
Dilma voltou a falar da Embrapii e defendeu que a empresa estava pronta para concluir seu projeto piloto e efetivamente sair
do papel. O edital de R$ 260 milhões será o primeiro passo para essa meta.
Informação de: O Estado de São Paulo
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