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Publicado em 12/03/2014
Cada vez mais apta à geração de energia renovável, em razão da escala crescente das
novas fábricas e do elevado potencial de suas florestas, a indústria brasileira de celulose vai passando ao
largo da crise energética que pressiona os custos de outros setores. Em alguns casos, a crise representa, inclusive,
oportunidade: com os preços da energia no mercado à vista no teto regulatório há cerca de três
semanas, há quem esteja reforçando o caixa com a venda da energia excedente gerada em suas fábricas.
Uma grande indústria do setor, somente na recém-inaugurada fábrica do Maranhão, terá geração
excedente de energia de 100 MW. Uma outra gigante no seguimento, já disse, há poucos dias, que está vendendo
parte do excedente que gera e se beneficiando dos preços no mercado à vista. Antes da Suzano, a Eldorado Brasil
inaugurou no fim de 2012 uma fábrica com capacidade para 1,5 milhão de toneladas por ano, em Três Lagoas
(MS), também autossuficiente em energia.
Assim como suas pares, a partir de biomassa, outra concorrente
pode produzir cerca de 220 MW - dois geradores de 110 MW cada -, dos quais cerca de 100 MW usados na própria operação.
Outros 50 MW a 60 MW são distribuídos a fornecedores que estão instalados no complexo. O restante pode
ser ofertado no mercado livre.
A Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, também opera unidades
autossuficientes e, em 2012, segundo dados do Relatório de Sustentabilidade da companhia, a venda do excedente gerado
em Três Lagoas (MS) e Aracruz (ES) gerou uma receita de R$ 38,6 milhões. Há dois anos, a finlandesa Pöyry,
multinacional de consultoria e serviços de engenharia, divulgou um estudo mostrando que o setor de celulose e papel
pode gerar mais que o dobro da energia que consome. Conforme o estudo, uma fábrica com capacidade instalada de 1,5
milhão de toneladas de celulose branqueada por ano-hoje, já se fala em capacidades de até 2 milhões
de toneladas anuais - pode gerar até 270 MW de energia. Menos da metade, ou 108 MW, corresponde ao que é usado
na operação. O restante pode ser oferecido na rede. Contudo, nem todo o excedente é de fato comercializado
em razão do limite para venda subsidiada de energia à rede, de 30 MW. A percepção é que,
se houvesse mais incentivo, as indústrias investiriam ainda mais em co-geração e poderiam ser alternativa
importante de fornecimento do insumo. Segundo o estudo da Pöyry, a quantidade de energia varia conforme a biomassa utilizada.
Além da produção de vapor a partir da queima do licor proveniente do cozimento da madeira, que vai alimentar
os turbogeradores, mostra o estudo, é possível aproveitar também os resíduos decorrentes do transporte,
picagem e peneiramento da madeira. Com o aproveitamento de mais biomassa, e mais incentivos, a co-geração pela
indústria de celulose poderia ser ainda maior.
Informação de: Valor Econômico
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