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Publicado em 03/02/2014
O potencial do uso do biogás obtido a partir de dejetos de animais motivou a Copel a investir R$ 14 milhões na construção de um biogasoduto de 72 quilômetros em Entre Rios do Oeste, no Oeste do estado, para viabilizar a geração de energia. A região é pioneira no uso da tecnologia de biodigestores para a produção de gás e já tem um projeto-piloto de gasoduto instalado com apoio da Itaipu na cidade de Marechal Cândido Rondon.
A previsão é de que o projeto do biogasoduto comece a ser elaborado em seis meses. Já as obras devem iniciar dentro de um ano e meio e serem finalizadas daqui a três anos e meio, segundo a Coordenação de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Copel. O investimento será bancado pela Copel com recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Pelo projeto, mais de 60 produtores rurais poderão instalar biodigestores nos quais dejetos de suínos são processados para a geração de gás natural. O valor para implantar o processamento pode ir de R$ 20 mil a R$ 500 mil, variando conforme o volume de efluentes e de sólidos orgânicos a reciclar. Com o gasoduto, esses produtores seriam ligados a uma central que pode gerar energia elétrica ou direcionar o produto para outros usos.
Hoje, cerca de 300 granjas, chácaras, sítios e fazendas, entre outros tipos de áreas agrícolas, usam os resíduos para produzir energia elétrica, térmica ou automotiva no Paraná. Elas estão concentradas no Oeste (em Marechal Cândido Rondon, Toledo, Santa Helena, Entre Rios e São Miguel), nos Campos Gerais, na Região Centro-Oriental (Carambeí e Castrolanda), e no Sudoeste (Dois Vizinhos e Francisco Beltrão). Outros estados com iniciativas relevantes são Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Modelo
O primeiro projeto do gênero foi construído em Marechal Cândido Rondon, no Condomínio Ajuricaba, que reúne 33 produtores de agricultura familiar, interligados por 25 quilômetros de gasoduto. Juntos, os bois e os porcos geram 16 mil toneladas de dejetos por ano, que têm condições de gerar 266 mil metros cúbicos de biogás. Esse volume pode gerar 445 mil quilowatt/hora (kWh) anuais, o suficiente para abastecer 150 residências. Assim, a renda coletiva chega a R$ 270 mil por ano com a energia térmica, elétrica e veicular, além de biofertilizantes.
“Na maioria das vezes são propriedades pequenas que precisam da interligação. A ação coletiva viabiliza os negócios individuais de biodigestores”, diz Cícero Bley Jr., superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, que tem estimulado esse sistema há oito anos.
Projeto garantirá autonomia energética de Entre Rios do Oeste
O modelo de Marechal Cândido Rondon implantado no Condomínio Ajuricaba serve de base técnica para a construção do biogasoduto em Entre Rios, também no Oeste – o município tem 4 mil moradores na área urbana e cerca de 130 mil suínos em 96 granjas no meio rural. Os dejetos dos animais equivalem aos resíduos gerados por uma cidade do tamanho de Londrina.
A expectativa é produzir energia suficiente para uma cidade com 40 mil habitantes. Assim a geração deverá garantir o abastecimento residencial, comercial e industrial de toda Entre Rios do Oeste. A Copel poderá comercializar o excedente.
O uso do biogás como fonte renovável de potência não só é viável do ponto de vista econômico, como também permite reduzir em 80% as cargas poluentes que hoje atingem a Bacia do Paraná 3, em especial o Lago da Itaipu e outros rios, lagos e reservatórios de água para fins de energia e de saneamento.
Informação de: Gazeta do Povo
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