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Publicado em 15/01/2014
A empresa espanhola Abengoa ganhou uma concorrência do Ministério de Energia do Chile e da organização Corfo para construir no país uma usina de concentração solar (CSP) de 110 megawatts, com um investimento de cerca de US$ 1 bilhão. O projeto terá uma capacidade de 17,5 horas de armazenamento térmico, o que faz com que este seja o maior projeto termosolar de torre da América do Sul.
O armazenamento de 17,5 horas torna a tecnologia altamente gerenciável, permitindo o fornecimento de eletricidade de uma forma estável, 24 horas por dia, para suprir todos os períodos de demanda por eletricidade.
A tecnologia termosolar de torre usa um conjunto de espelhos que concentram a radiação solar em um receptor situado na parte superior da torre. No receptor, os raios solares aquecem sais fundidos, que transferem seu calor a uma corrente de água para gerar vapor d’água, que por sua vez alimentam turbinas geradoras de eletricidade.
A instalação disporá de 10,6 mil espelhos de 140 metros quadrados cada um, distribuídos em uma área circular de aproximadamente 3,5 quilômetros para refletir a luz solar para a parte superior da torre central, de 243 metros de altura.
O projeto evitará a emissão de aproximadamente 643 mil toneladas de CO2 ao ano. Além disso, a construção, operação e administração da usina servirão como catalisadores do desenvolvimento socioeconômico regional, com a criação de um grande número de empregos diretos e indiretos.
A usina “diversificará a matriz de geração elétrica, nos dará maior independência energética e permitirá reduzir as emissões”, colocou Jorge Bunster, ministro chileno de energia. A construção da usina deve começar na segunda metade de 2014, observou a Abengoa, que não especificou uma data para a usina começar a operar.
De acordo com a companhia, a usina ficará localizada na comuna de Maria Elena, na região de Antofagasta, que se encontra no deserto de Atacama, no norte do Chile, a zona com maior concentração de radiação solar em todo o mundo. Para sua construção, o Ministério de Energia chileno concederá um subsídio de US$ 20 milhões e facilitará o uso do terreno público.
A Abengoa também receberá financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco de Desenvolvimento Alemão (KFW), do Fundo de Tecnologia Limpa (CTF), do Fundo Canadense e da União Europeia, que contribuirão com cerca de US$ 500 milhões. O restante do dinheiro necessário será fornecido através de financiamento de projeto.
“A única forma de o Chile se tornar uma nação desenvolvida até o final da década é crescer no ritmo visto até agora. A fim de fazer isso, aumentar a produtividade é fundamental, e um dos problemas que o Chile enfrenta em termos de produtividade são os altos custos da energia. Esse [projeto] é uma excelente forma competitiva de fornecer energia através de métodos não convencionais”, comentou Hernán Cheyre, vice-presidente executivo da Corfo.
O projeto está incluído no programa nacional chileno para o desenvolvimento de energias renováveis, que tem como objetivo proporcionar um futuro com fontes de energia mais limpas, impulsionando o desenvolvimento econômico e reduzindo assim a dependência do país em carvão e em gás natural.
Em outubro de 2013, Sebastian Piñera, presidente do Chile, transformou em legislação um projeto de lei que exige que usinas elétricas forneçam 20% da geração de energia de fontes renováveis não convencionais, incluindo energia solar fotovoltaica (PV) e CSP.
Uma lei associada reduz o período exigido para o processo de permissão de 700 para 150 dias. Pela nova legislação, o governo começou a realizar leilões anuais e aceitar propostas de projetos de energias renováveis.
Informação de: Instituto Carbono Brasil
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