Economia de US$ 240 bilhões com motores eficientes
Publicado em 05/11/2013
O número de indústrias que receberam a norma ISO 50.001 de eficiência energética, em todo o mundo, já ultrapassou 4 mil, mas,
no Brasil, as certificadas não passam de sete, de acordo com George Alves Soares, chefe da Assessoria Corporativa e de Novos
Negócios em Eficiência Energética da Eletrobras.
A melhoria no uso da energia elétrica por parte dos sistemas motrizes industriais acarretaria uma economia total
de US$ 240 bilhões e uma redução na demanda global de energia elétrica de 10%, pois 45% de toda
a eletricidade consumida no mundo é utilizada por motores. Os cálculos foram divulgados pelo representante da
Parceria Internacional pela Cooperação para Eficiência Energética (IPEEC, sigla em inglês),
Amit Bando, durante o 8º EEMODS, maior conferência internacional sobre eficiência energética de motores
elétricos e sistemas motrizes, realizado no Eletrobras Cepel, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro.
A importância dos sistemas motrizes também é enorme no Brasil. Segundo o coordenador geral de Eficiência
Energética do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Pires, atualmente 41% do consumo de energia
elétrica no Brasil é industrial e, desse total, 62% vêm de sistemas motrizes. “A Eletrobras, por
meio do Procel, e a Confederação Nacional da Indústria fizeram um estudo minucioso no qual identificaram
um enorme potencial de redução de gastos”, disse Pires, destacando o papel do Procel Indústria,
que já treinou cerca de sete mil profissionais, em 700 indústrias de todo o país.
Pires fez ainda um panorama geral das políticas públicas de eficiência energética no país
nos últimos 30 anos. Ele lembrou o Programa Brasileiro de Etiquetagem, criado em 1984 e uma referência mundial,
o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e o Programa Nacional da Racionalização
do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural (Conpet), passando pela Lei de Eficiência Energética,
de 2001, que adotou índices mínimos de eficiência para máquinas e equipamentos que consomem energia
elétrica.
Além de Pires e Bando, participaram dos debates Peter Zwanziger, representante da Associação Europeia
de Fabricantes de Motores (CEMEP, sigla em inglês), e Jean Mollet, da Associação Internacional do Cobre,
que destacou a importância da participação nos esforços para o aumento da eficiência energética
em motores de bancos de fomento, como o Banco Mundial, e de programas da Organização das Nações
Unidas, como o Sustainable Energy for All, além da Organização do Desenvolvimento Industrial da ONU,
que incentiva a adoção da norma ISO 50001, de gestão eficiente da energia.
Longe da ISO-50.001
O número de indústrias que receberam a norma ISO 50.001 de eficiência energética, em todo
o mundo, já ultrapassou 4 mil, mas, no Brasil, as certificadas não passam de sete, de acordo com George Alves
Soares, chefe da Assessoria Corporativa e de Novos Negócios em Eficiência Energética da Eletrobras. Segundo
ele, mais da metade das certificações foi obtida na Alemanha.
Para o especialista da Eletrobras, o Brasil é uma referência na área de etiquetagem e no estabelecimento
de critérios mínimos para a certificação de sistemas motrizes eficientes, mas precisa evoluir
mais. “Deveríamos seguir o exemplo de países que estão buscando acordos voluntários com
a indústria para a redução do desperdício no setor. Acredito que este seja o caminho. A quantidade
superior de certificações ISO 50.001 na Alemanha é um exemplo para todos os outros países de como
é importante atrelar políticas públicas às boas práticas no setor”, destacou George.
Segundo ele, 2.177 indústrias alemãs já obtiveram a ISO 50.001, de um total de 4.048 em todo o mundo.
O EEMODS, realizado na sede do Eletrobras Cepel, na Ilha do Fundão, foi o primeiro a ser programado para a América
Latina e reuniu 218 pesquisadores de 113 instituições, representando mais de 20 países. O próximo
encontro acontece no ano que vem, na Finlândia.
Informação de: Tn Sustentável
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