Inaugurado Laboratório Bioetanol no Instituto de Química da UFRJ
Publicado em 21/08/2013
Vinculado ao Programa de Pós-graduação em Bioquímica (PPGBq/IQ) e ao Instituto Virtual Internacional
de Mudanças Globais (Ivig), da Coppe/UFRJ, o Laboratório Bioetanol desenvolverá tecnologia com base na
hidrólise enzimática da celulose contida nos resíduos da agroindústria da cana-de-açúcar
e também do milho e do trigo. O objetivo é manter a sintonia com a atual tecnologia do etanol 1G e manter a
sustentabilidade do processo. O ponto-chave para isso é a produção das enzimas in loco, ou seja, nas
próprias usinas de álcool, evitando o transporte por longas distâncias.
Para identificar possíveis impactos ambientais de todas as etapas da produção, incluindo a produção
descentralizada das enzimas, o Ivig, da Coppe/UFRJ, fará a análise do ciclo de vida do novo processo de produção
do bioetanol. Outra contribuição da Coppe é a tecnologia de membranas que será empregada em diferentes
etapas de separação e concentração dos biomateriais envolvidos no processo. Os sistemas de membranas
serão fornecidos pela PAM-Membranas Seletivas, empresa que nasceu no Laboratório de Processos de Separação
com Membranas e Polímeros da Coppe.
“No momento o Brasil não consegue produzir quantidade suficiente de etanol para atender o mercado interno
e está importando etanol de milho dos EUA, cuja produção resulta em emissão de CO2 na atmosfera,
ao contrário do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. É necessário expandir a produção
brasileira e o Laboratório Bioetanol contribuirá bastante para que se atinja este objetivo”, ressalta
Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe.
O etanol utilizado no Brasil, também chamado álcool de primeira geração, é produzido
com tecnologia convencional, que aproveita apenas um terço da energia contida na planta. Assim, apesar de ser o maior
produtor de etanol do mundo, o Brasil é incapaz de atender ao próprio mercado interno. Estimativas indicam,
entretanto, que é possível dobrar a produção brasileira de etanol sem competir com a produção
de alimentos ou desmatar florestas.
Segundo Elba Bon, professora do Instituto de Química da UFRJ e coordenadora do laboratório, o bioetanol
é uma tecnologia mais limpa, autossustentável e condizente com a vocação do Brasil. “Por
suas características territoriais e de ensolação, entre outras, nosso país tem capacidade de produzir
biomassa em grande quantidade para fazer frente às necessidades da indústria química do futuro”,
diz ela, lembrando que a biomassa é uma matéria-prima renovável para produção de produtos
que têm sido obtidos a partir do petróleo.
A professora ressalta ainda o fato de o laboratório estar dentro de uma universidade, o que propicia a formação
de recursos humanos na área: “Utilizando a biomassa, o Brasil tem uma condição única no
mundo de liderar o desenvolvimento tecnológico do uso de recursos renováveis para a indústria química
e para combustíveis, e as pessoas são o coração desse processo.”
Informação de: Tn Sustentável
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