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Publicado em 19/08/2013
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que as experiências da Itaipu para a produção de biogás em pequenas propriedades rurais, a partir do aproveitamento dos dejetos da atividade agropecuária, poderão embasar a formulação de novas políticas públicas e se expandir para todo o País.
As declarações foram feitas no sábado no início do mês, em Marechal Cândido Rondon, no Oeste paranaense, após visita ao Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba. O condomínio reúne 33 pequenos agricultores na zona rural do município.
“É uma importante iniciativa, que serve de modelo para que a gente possa pensar no uso alternativo de energia e, ao mesmo tempo, agregar valor às propriedades rurais”, afirmou o ministro. Segundo ele, o projeto “merece todo o esforço para que possa ser replicado e se constitua em uma nova alternativa para a agricultura familiar para o Brasil inteiro”.
O ministro visitou o condomínio acompanhado do diretor-geral brasileiro, Jorge Samek; do superintendente de Energias Renováveis, Cícero Bley Júnior; do diretor de Coordenação, Nelton Friedrich; e do assistente do DGB, Herlon Goelzer de Almeida. O vice-prefeito de Rondon, Silvestre Cóttica, e lideranças do município, também estavam presentes.
Pepe Vargas conheceu a microcentral termelétrica, que produz 800 metros cúbicos de gás diariamente – o que equivale a quase 1 mil KWh de geração de energia. A microcentral está conectada por gasoduto aos biodigestores das 33 propriedades rurais do Ajuricaba. Em seguida, o ministro visitou a propriedade do casal Gedson e Elizabet Vargas, que integra o condomínio e tem como principal atividade a produção de leite.
“O que esse projeto demonstra é a viabilidade econômica do modelo. Então eu diria que é uma questão de tempo para isso se difundir para algumas regiões do Brasil”, avaliou o ministro, lembrando que, assim como na bacia do Ajuricaba, a suinocultura e a bovinocultura do leite têm forte presença em toda a agricultura familiar brasileira.
Pepe Vargas acrescentou que o passo seguinte para levar o projeto para todo o País será acelerar o processo de regulamentação do setor, para que a energia gerada pelos agricultores possa ser integrada ao sistema elétrico brasileiro. A ideia é que o excedente gerado pelas propriedades possa ser vendido para as distribuidoras.
Samek lembrou que o Paraná, embora tenha apenas 3% do território nacional, é responsável por 20% da produção agropecuária do País. “Nessa questão ligada à sustentabilidade, se tem um lugar que conseguiu conciliar o desenvolvimento com a questão ambiental, foi a nossa região [Oeste do Paraná]”, destacou o diretor, que definiu a iniciativa como um “produto made in Oeste do Paraná”. “Por isso, poder tornar política pública nacional um projeto como esse, é para nós motivo de muito orgulho.”
Cícero Bley comentou que o biogás, hoje, é invisível tanto para o produtor como para o governo – que não veem nele o potencial ambiental e econômico. “Esperamos que a visita do ministro avance para a formulação de uma política pública”, reforçou. “Ou seja, transformar em rotina brasileira a utilização do biogás como energia. Porque essa energia hoje é desperdiçada”, salientou.
Sobre o projeto
O projeto é desenvolvido por Itaipu desde 2009, em parceria com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Copel, Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, Embrapa, Movimento Nacional dos Pequenos Agricultores (MPA), Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (ITAI) e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI).
No condomínio, os dejetos da produção agropecuária são transferidos para biodigestores, para extração do gás metano. Os biodigestores estão conectados por gasoduto a uma central termelétrica, que abastece com energia elétrica as propriedades rurais.
O excedente poderá ser vendido para a distribuidora de energia do Estado. Já a matéria orgânica que passa pelo biodigestor é transformada em um biofertilizante de alta qualidade.
Informação de: Itaipu Binascional
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