O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 25/06/2013
Foi-se o tempo em que grandes empresas multinacionais de tecnologia se estabeleciam no Brasil, com fábricas e escritórios, mas a parte de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que gera inovação e agrega valor aos produtos e serviços, ficava no exterior. É crescente o número de anúncios de instalação de centros de P&D de multinacionais no País. Empresas como as americanas GE e Boeing e a inglesa BG Group estão desembarcando seus primeiros centros aqui. Outras, como a alemã Siemens, a sueca SKF e a americana 3M estão ampliando ou abrindo novos centros. Juntos, eles representam investimentos de quase US$ 2,5 bilhões nos próximos anos.
“O Brasil se tornou um polo de atração de investimentos em P&D”, diz Carlos Eduardo Calmanovici, presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). É importante para o País ter mais empresas fazendo inovação, porque significa a possibilidade de gerar produtos e serviços cada vez mais densos em conteúdo tecnológico, capazes de tirar da armadilha em que se encontra a balança comercial brasileira. “Dependemos da importação de produtos de alto conteúdo tecnológico e exportamos commodities, de menor valor agregado”, afirma Calmanovici.
A principal razão que levou o País a entrar no novo mapa de inovação são os desafios e perspectivas de ganhos na cadeia bilionária de negócios do pré-sal e nos investimentos em infraestrutura, principalmente para a Olimpíada e a Copa do Mundo. O crescimento do mercado doméstico e a existência de universidades e cientistas capacitados para parcerias com as empresas também contribuíram. O governo fez a sua parte, criando um ambiente mais favorável à inovação, por meio de uma política de incentivos.
Em geral, os centros de P&D que as multinacionais estão trazendo para o Brasil têm o mesmo modelo de funcionamento. Atuam próximo dos clientes para descobrir suas necessidades locais, transformando as demandas em pesquisas e, depois, em soluções. “Hoje, não se consegue idealizar novos produtos e soluções partindo apenas do pessoal próprio. É preciso interagir com outros atores, universidades, fornecedores, clientes e outras empresas inovadoras”, diz o diretor de Tecnologia e Inovação da Siemens do Brasil, Ronald Dauscha.
Não é de agora que o gigante de engenharia elétrica e eletrônica desenvolve pesquisa e tecnologia no Brasil. A Siemens já mantém sete centros de P&D no País e decidiu instalar o oitavo – um centro global de pesquisas e desenvolvimento para óleo e gás – na Ilha do Fundão até o fim do ano. O investimento previsto é de R$ 50 milhões. Uma das abordagens será a tecnologia de eletrificação submarina e seus componentes, que poderão ser usados no pré-sal. Essa tecnologia vem sendo desenvolvida na Noruega e no Reino Unido e deve ser testada em 2014.
A corrida para aprimorar a exploração do pré-sal acabou transformando o Rio num dos maiores polos globais de tecnologia no setor de óleo e gás. A lista de empresas do ramo, de petroleiras a prestadores de serviços e fabricantes de equipamentos do setor que terão centros de pesquisa na Ilha do Fundão é tamanha que levou a Anpei a abrir uma representação regional na capital carioca. A entidade reúne cerca de 250 empresas, que respondem por 60% do investimento industrial em inovação no País. Não deve ficar por aí.
“O número de associados é crescente”, diz o presidente da entidade. Um dos novos associados é o grupo britânico de petróleo e gás BG, que escolheu a Ilha do Fundão para instalar o seu primeiro centro tecnológico no mundo. O centro deverá ficar pronto em meados do ano que vem e o grupo anunciou que vai investir entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no País até 2025.
Informação de: O Estado de São Paulo
Envie para um amigo