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Publicado em 04/06/2013
Ela se expandiu a velocidade de foguete nos últimos anos e hoje é a fonte que mais cresce no Brasil. Ainda
assim, a energia eólica está longe, muito longe de ter um espaço robusto na matriz energética
nacional.
Mesmo com a perpectiva de contabilizar, até o final do ano, um total de seis gigawatts (GW) em parques
eólicos, o que deve alçar o país à décima posição do ranking mundial de capacidade
instalada, o Brasil tem apenas 1% de seu consumo energético suprido pela força dos ventos.
1 -
Planejamento mais transparente e sem "suspense"
O bom desempenho da energia eólica nos últimos leilões
de energia é um indicativo da competitividade dessa fonte. No entanto, a falta de políticas públicas
claras de longo prazo para energia eólica causa insegurança e afasta investimentos mais robustos no setor, criticaram
os empresários.
Para representantes da indústria, cabe ao governo, em seu planejamento energético,
a garantia de mais espaço para a geração eólica. "Nos dê mercado que mostraremos do que
somos capazes", afirmou Elbia Melo, presidente executiva da Abeeólica.
Mas, mesmo tendo planejamento e demanda,
a indústria vive um suspense, "de entender como o planejador vê o sistema funcionando nos próximos anos",
ressaltou Pedro Villas Boas Pileggi, CFO da Renova Energia.
"Isso é fundamental para tomarmos medidas de longo
prazo, com confiança. O planejador cria muito suspense em relação à demanda, como se isso fosse
bom para a competitividade. Mas pra gente, isso não funciona", criticou.
2 - Logística dos transportes
Um
aspecto importante, segundo os empresários, é que os fabricantes de equipamentos estão se concentrando
nas regiões onde os parques estão sendo construídos, no Nordeste e no Sul, por questão de logística,
apontado como outro gargalo.
Segundo previsões do setor, a medida que mais estados fazem seus mapas eólicos
e descobrem potencial para o negócio, mais notória vai se tornar essa deficiência. "O Brasil está
tendo acesso a máquinas de ponta, mas vamos esbarrar na logística do transporte", sinalizou o diretor de Desenvolvimento
de Negócios da Alstom, Roberto Miranda.
3 - Conteúdo nacional
Roberto Veiga, diretor
da Abimaq, defendeu a adoção da exigência de conteúdo nacional nos leilões e concessões
promovidos pelo governo. Segundo ele, tal medida seria importante para a manutenção da isonomia entre aerogeradores
importados e os fabricados no Brasil.
"É uma forma de premiar a decisão de investimento daqueles fabricantes
que já tem base instalada no Brasil e atrair novos investimentos e novos fabricantes tornando a cadeia de suprimentos
competitiva com aumento da demanda e especialização das linhas de produção", explicou.
4
- Construção de linhas de transmissão
Ainda que todos os gargalos listados acima sejam sanados,
um quarto fator continuaria impedindo a energia que é gerada no parque eólico de chegar as casas dos brasileiros:
a falta de redes de transmissão. Só na região nordeste, existem mais de 20 projetos de usinas prontas
mas que não distribuem energia por estarem desconectadas do sistema.
A construção dessas redes
é outra responsabilidade que foge às empresas que administram os parques, e que dependem acima de tudo do governo.
Pelo menos foi assim nos últimos leilões.
No entanto, a fim de evitar que o consumidor pague por uma
energia que não foi gerada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda mudar as regras para
os próximos leilões do tipo A-3. A tendência é que só usinas com conexão sejam viabilizadas.
Dessa forma, a Aneel estaria transferindo a reponsabilidade para as empresas de geração de energia eólica.
Informação de: Exame
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