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Publicado em 29/05/2013
Menos de um ano após compromisso firmado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, foi instalado oficialmente no dia 21 de maio, em Foz do Iguaçu (PR), o Centro Internacional
de Energias Renováveis (CIBiogás-ER), voltado exclusivamente para as tecnologias do biogás.
A
fundação e o estatuto do novo centro foram aprovados em assembleia geral que reuniu representantes de mais de
20 instituições, nacionais e internacionais, todas com atuação direta ou indireta na área
do biogás. A reunião ocorreu no Espaço Mercosul, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), localizado
na usina de Itaipu.
A assembleia também aprovou a diretoria provisória
do CIBiogás, que terá mandato de seis meses. O superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero
Bley Júnior, foi eleito diretor-geral. Para o cargo de diretor de desenvolvimento tecnológico, foi indicado
Herlon Goelzer de Almeida, assessor da Direção Geral de Itaipu; o cargo de diretora administrativo-financeiro
será exercido por Soraya Penzin, da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI).
De
acordo com Cícero Bley, o centro é o primeiro do gênero na América Latina com ênfase em biogás
e vai integrar uma rede de oito centros internacionais da Organização das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Industrial (Onudi). Os outros ficam na China, Itália, Turquia, Índia e Cabo Verde.
No dia 28 de maio, o CIBiogás-ER foi apresentado durante o Fórum de Energia de Viena (Áustria), promovido pela Onudi. O encontro contou com a participação de lideranças políticas e autoridades de 192 países, entre elas, o diretor-geral da Onudi, Kandeh Yumkella e o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek.
Relação Sul-Sul
“O centro internacional será
uma grande universidade a céu aberto. Países de todo o mundo, principalmente da América do Sul,
da América Central, da África, dessa grande relação Sul-Sul que estamos construindo, terão
a possibilidade de ver como se faz o aproveitamento dessa energia tão importante para o planeta que é o biogás”,
afirmou Jorge Samek.
Um dos objetivos do centro será “organizar, desenvolver,
acompanhar e dar suporte aos programas, pesquisas e projetos de viabilização do biogás como gerador de
energia e de seus subprodutos” – conforme prevê o estatuto aprovado pelos parceiros.
Cícero
Bley comentou que o alvo do novo centro não são os grandes países, que têm condições
de buscar soluções próprias para a questão do biogás. “Estamos focados nos países
em desenvolvimento e nos Estados brasileiros. Todos precisam de apoio nessa área para mobilizar a energia proveniente
do biogás.”
O diretor-geral do CIBiogás-ER avalia que o centro
recém-criado situa o Brasil – e Itaipu, particularmente – como referência em biogás. “Isso
não quer dizer que as outras instituições [que já trabalham com biogás] vão perder
referência. Ao contrário: todas vão continuar trabalhando e poderão encontrar aqui um lugar para
concentrar dados, buscar informações e desenvolver novas linhas de pesquisa”, ponderou.
Articulação
O
coordenador-geral da Diretoria de Geração da Eletrobras, Egidio Schoenberger, elogiou o trabalho de articulação
de Itaipu para criação do centro internacional, envolvendo diferentes entidades, e destacou o potencial do biogás
como fonte de energia. “Sem dúvida é um grande potencial a ser explorado e que vai beneficiar os agricultores
e a própria geração de energia elétrica. Ou seja, é louvável sob todos os aspectos.”
Para
Pedro Neto Nogueira Diógenes, diretor de Tecnologias do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis
(CTGás-ER), da parceria Petrobras/Senai, as oportunidades para desenvolver o biogás são encontradas em
todo o País, tanto na zona rural como na cidade. Por isso, o novo centro terá o potencial de concentrar conhecimento
e contribuir para viabilizar a tecnologia.
“Na minha concepção, o CIBiogás-ER
irá propiciar uma área de excelência tecnológica. Hoje, esse conhecimento está muito disperso.
Mas quando você cria um centro de excelência, acelera o desenvolvimento tecnológico em todos os elos da
cadeia produtiva”, disse Pedro Diógenes.
Presidente da Companhia Paranaense
de Gás (Compagas), Luciano Pizzatto lembrou que a discussão sobre as energias renováveis é atual
e o uso de biogás para geração de energia já é realidade em países como a Alemanha.
No entanto, faltava ao Brasil uma ação mais efetiva no setor.
“Como
grande produtor agrícola, o Brasil não poderia deixar de olhar essa área. Sem falar nos resíduos
urbanos. Mas ainda estávamos muito tímidos. Eu creio que Itaipu está rompendo essa timidez e fazendo
com que os diversos grupos interessados, os diversos setores que possam efetivamente fazer essa mudança, se sentem
na mesma mesa. Essa reunião é um marco histórico para o País”, afirmou.
Informação de: Itaipu Binacional
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