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Energias renováveis demandam mais incentivos regulatórios e logísticos

Publicado em 21/05/2013

Apesar dos inúmeros benefícios proporcionados pelo uso de fontes de energia renovável, entraves regulatórios ainda impedem o deslanche dessas fontes no Brasil.

O desenvolvimento de fontes alternativas para geração de energia, além de atender a busca pelo combate ao aquecimento global e a redução das emissões de gases do efeito estufa, visa também atender a crescente demanda energética e complementar a matriz nacional.

Atualmente, apesar da grande atuação na matriz brasileira, fruto da rápida expansão da fonte eólica através da participação em leilões a partir de 2009 e a alta contratação anual desde então - em média 2 GW/ano -, a fonte ainda encontra alguns gargalos pelo caminho como a questão de logística.

“O Brasil, por natureza, apresenta problemas de logística, seja no transporte de equipamentos, seja na rede de transmissão. Tais problemas apontam um futuro incerto da fonte, o que prejudica a sua consolidação no longo prazo. Até porque, para que a fonte eólica possa se consolidar, ela precisa de um sinal de investimento de longo prazo, que só vem com uma sinalização de demanda futura”, explicou Élbia Melo presidente da Abeeólica.

Da mesma forma, as PCHs também enfrentam dificuldades para garantir a viabilidade de seus projetos e consequentemente, de toda a cadeia produtiva.

Atualmente, as PCHs representam 3,58% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira. São 458 empreendimentos que totalizam 4.518 MW. Além desses, existem 650 projetos básicos de PCHs na Agência Nacional de Energia Elétrica representando 6.500 MW de energia limpa e renovável.

"Mas para que todo esse potencial seja concretizado, precisamos que seja reconhecida nossa equação custo/benefício", acrecentou Charles Lenzi,presidente da Abragel.

De acordo com o executivo, o custo de construção por MW instalado são maiores devido à parcela de custos atrelada à construção civil, à característica dos equipamentos produzidos quase que sob medida e à falta de isonomia fiscal. Além disso, outra dificuldade encontrada para a consolidação da fonte é a demora do ciclo de desenvolvimento dos projetos, resultando em anos entre a identificação do potencial e a transformação de potencial em empreendimento comercial.

"A tramitação de estudos e projetos na agência reguladora de Licenciamento ambiental são fatores que têm desestimulado os empreendores", explicou o executivo.

Também sofrendo com a falta de incentivo e com atrasos da regulamentação do setor, a cogeração de energia aguarda por ajustes na regulamentação para que a competitivadade da bioeletricidade seja permitida e garantida.

"É importante lembrar também que são necessários avanços nas linhas de financiamento e conexão à rede elétrica", destacou o vice-presidente da Cogen, Leonardo Calabró.

A estruturação dos leilões de energia também determina a expansão da geração de energia elétrica no país. Com a aparente dependência do sistema interligado nacional, com relação as hidrelétricas, a necessidade de mais despachos de geração térmica acaba aumentando o custo total da geração, demandando mais investimentos em transmissão e maior cuidado na operação do SIN.

"Por conta disso, estamos elaborando uma série de propostas que possam regulamentar e induzir ações para o fomento da oferta de condições de contratação de geração distribuída. O objetivo é viabilizar técnica e economicamente a participação de fontes complementares na matriz elétrica", expôs Calabró.

"Nosso país precisa de energia e têm se tornado cada vez mais clara a importância de diversificarmos nossas fontes de geração para que tenhamos modicidade tarifária aliada a segurança e confiabilidade", concluiu Lenzi.

Informação de: CanalEnergia

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