Desafios atuais da engenharia para produção de petróleo e gás
Publicado em 15/05/2013
O rápido crescimento econômico nos BRICs ? Brasil, Rússia, Índia e China ? faz com que o mundo tenha que produzir cada vez
mais energia. Estima-se que a demanda de energia primária total em 2035 será 50% maior do que a atual.
Um dos maiores desafios atuais da engenharia é o aumento da produção de petróleo e gás
e o transporte dessas fontes de energia com segurança. As palavras são de Shuji Aihara, professor da Faculdade
de Engenharia da Universidade de Tóquio.
Segundo ele, o transporte em massa entre os países é fundamental para manter as atividades econômicas
mundiais. Para dar conta dessa demanda, uma grande variedade de estruturas, como dutos de transporte, navios e plataformas
em alto-mar tem sido desenvolvida e construída nos últimos anos. O grupo de pesquisa que o cientista coordena
investiga tecnologias e formas de fazer com que essas estruturas sejam mais seguras, tanto para o homem como para o meio ambiente.
O objetivo é diminuir as chances de que ocorram desastres em petroleiros, como no Exxon Valdez, que naufragou
em 1989 na costa do Alasca derramando mais de 40 milhões de litros de petróleo que se espalharam por mais de
20 mil quilômetros quadrados. Ou acidentes em plataformas, como a explosão na Deepwater Horizon da BP, no Golfo
do México, que lançou ao mar mais de 700 milhões de litros de óleo. Ocorrências como essas
provocam danos enormes ao meio ambiente.
Aihara e equipe pesquisam a resistência e durabilidade de estruturas usadas atualmente para a exploração
e o transporte de petróleo e gás, e, no futuro, de hidrogênio e outras fontes de energia. “A pressão
e a distância de dutos têm aumentado constantemente de modo a satisfazer a demanda energética. Na ‘sociedade
do hidrogênio’ [que o cientista considera o combustível do futuro], o transporte de gás continuará
sendo necessário”, disse.
Outro tipo de transporte que, de acordo com Aihara, será importante no futuro é o de dióxido de
carbono. “Sistemas de transporte em massa de CO2 serão necessários para o sequestro e o armazenamento
de carbono de fontes antropogênicas para locais como reservatórios subterrâneos. Por isso, dutos de longa
distância continuarão em uso e novos tipos serão necessários”, disse.
Para esses novos dutos, que transportarão hidrogênio e CO2, a prevenção de fraturas é
um tema crucial. “Temos conduzido testes em grande escala em dutos de alta pressão de forma inédita. Utilizamos
vídeo para identificar como fissuras se propagam em velocidades superiores a 1.000 km/h”, disse.
Os pesquisadores japoneses desenvolveram um modelo computacional para simular o comportamento dessas fissuras em dutos
e observaram que os dutos para transporte de hidrogênio se mostraram mais seguros do que no caso do transporte de petróleo
e gás.
Colaboração com o Brasil
Aihara destaca a importância da colaboração internacional em pesquisa na área em que atua.
O grupo do cientista realiza intercâmbios com pesquisadores de diversas instituições brasileiras, como
a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Pernambuco.
Para ampliar as parcerias científicas entre Japão e a América Latina, a Universidade de Tóquio
realizará dois encontros, chamados Fóruns Todai (o nome pelo qual a universidade é conhecida no Japão),
em novembro. Nos dias 7 e 8, será realizado em Santiago, no Chile.
Nos dias 11 e 12 será a vez de São Paulo. No fórum na capital paulista ocorrerá também
um workshop em dinâmica de fluidos para estruturas marinhas, realizado em parceria com a USP.
Aihara foi um dos palestrantes no Simpósio Japão-Brasil sobre Colaboração Científica,
organizado pela Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência (JSPS) em conjunto com a FAPESP nos dias
15 e 16 de março, em Tóquio.
Informação de: Tn Sustentável
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