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Publicado em 02/05/2013
A ideia, encampada pela Petrobrás, é transformar o gás em energia elétrica por meio de termoelétricas
ao lado do poço de produção, usando posteriormente a rede de linhas de transmissão para escoá-la.
A estratégia replicaria a nova e bem-sucedida experiência da OGX/MPX no Maranhão.
"É um
modelo mais barato do que o de gasodutos. Hoje, já é uma necessidade. O gás só tem viabilidade
comercial se puder ser monetizado (transformado em dinheiro)", disse o superintendente de Planejamento, Pesquisa e Estatística
da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Elias Ramos de Souza.
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard,
disse que a agência vai mapear as linhas de transmissão do País e apresentar o estudo ao mercado antes
do leilão de áreas focado na exploração de gás em terra, em outubro. Gasodutos são
investimentos caros, viáveis para grandes volumes. Já as térmicas podem servir à produção
em menor escala, abrindo espaço para que depois seja expandida. "Foi uma ideia da presidente Dilma", destacou Magda.
A
Petrobrás montou um programa de produção de gás onshore (Prongás) com uma equipe dedicada
a estudar o potencial de gás das bacias brasileiras. A presidente da estatal, Graça Foster, disse que blocos
próximos à rede elétrica estão na mira.
"O objetivo desse gás em terra é
para geração de energia elétrica. Acreditamos que podemos repetir um projeto, muito conhecido no mundo,
de produzir o gás e transformá-lo em energia elétrica na boca do poço, injetando esses elétrons
nas linhas de transmissão sem precisar de gasodutos", disse Graça, após evento sobre os planos da companhia.
Outras
empresas também estudam a malha de transmissão elétrica, segundo fonte do governo. A ideia ganhou força
depois que a ANP marcou para três aguardados leilões de áreas exploratórias, após cinco
anos sem rodadas. O primeiro, em um mês, terá 123 blocos em terra (além de 166 áreas marítimas),
parte com potencial para gás. O de outubro será focado em gás em terra. O terceiro será em novembro,
o primeiro do pré-sal.
Magda não descarta que o potencial de gás ainda inexplorado no País
possa superar os 50 bilhões de barris de óleo equivalente do pré-sal. Segundo a fonte do governo, a malha
de gasodutos do País também será expandida, por exemplo, em Minas Gerais e no recôncavo baiano.
Hoje,
apenas 16% da produção nacional de gás vêm de terra, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Dois terços da demanda total de quase 60 milhões de m³/dia de gás são consumidos pela indústria.
É uma fonte usada para produção de cerâmica, vidro e outros produtos com alto consumo energético.
Outra
opção para transformar o gás em negócio é a criação de consumo perto da produção,
como a unidade de fertilizantes nitrogenados que a Petrobrás constrói em Três Lagoas (MS).
Gasoduto.
Magda lembrou que a OGX produz na bacia do Parnaíba volume insuficiente para garantir a construção de
um gasoduto. Mas, com a termoelétrica, viabilizou a produção e agora já tem condições
de expandi-la.
Os números, segundo fontes, justificam o negócio. O gás natural líquido
é importado a cerca de US$ 15 por milhão de BTU. Chega pelo gasoduto da Bolívia entre US$ 10 e US$ 11
por milhão de BTUs. Já a OGX vendeu para a MPX o gás entre US$ 5 e US$ 6.
O presidente da Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que deverá ser avaliada a proximidade da rede
de transmissão e sua capacidade ociosa. "Precisa ser caso a caso. Mas sem dúvida é uma alternativa".
Informação de: O Estadão
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