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Publicado em 27/03/2013
Esse aumento de 110 mil MW - equivale à capacidade instalada de cerca de oito usinas de Itaipu, maior geradora de energia elétrica do mundo, com 14 mil MW de potência instalada. “É com esse panorama e desafio que o governo federal trabalha o planejamento estratégico do setor”, segundo Márcio Zimmermann (foto), secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME). Ele esteve em Foz do Iguaçu, a convite do diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, para falar sobre o atual cenário elétrico do País. Zimmermann já trabalhou como engenheiro na usina de Itaipu no final da década de 1970 e início dos anos de 1980.
Ainda de acordo com o secretário-executivo, para garantir a segurança energética nacional e o atendimento da crescente da demanda, o País vai ter que diversificar ainda mais a matriz elétrica, que tem quase 70% de sua base hidráulica. No ano passado, a hidreletricidade respondeu por 86% da produção de energia elétrica, somando a parte brasileira de Itaipu e o que é importado da parte do Paraguai. O restante veio de outras fontes como o gás, usina nuclear, carvão, bagaço de cana, eólica e outras biomassas. “Se o Brasil tem 260 mil MW de potência estimada para hidrelétricas, sabemos que só se consegue viabilizar 160 mil MW deste total”, afirmou o secretário-executivo. Por esse motivo, é preciso aproveitar a grande malha elétrica do sistema interligado para outras matrizes como o gás não convencional, com quatro ou cinco grandes jazidas espalhadas pelo País, uma delas no Paraná.
Segundo o secretário-executivo, o Brasil seguirá seus investimentos em hidreletricidade e
em fontes renováveis, como a eólica e solar, mas também manterá o plano para a geração
por gás, nuclear a carvão. Nenhum potencial deve ser negligenciado para que o País possa continuar seu
ritmo de desenvolvimento. “Temos um carro-chefe [a hidreletricidade], mas há espaço para todas as fontes”,
disse.
Hoje, o consumo de energia per capita no Brasil é de 2.400 kW/h. “Com o aumento da distribuição
de renda, esse número tende a subir e devemos chegar, nos próximos anos, a 4.800 kW/h, o que não é
sonho, é realidade”, explicou. “Este é nosso desafio energético. E essa projeção
nos equiparará à África do Sul, e não chega nem perto do consumo na Europa, por exemplo”.
Para
atingir esse patamar, é preciso ter um sistema bem regulado e fiscalizado, além de desmistificar o uso de outras
fontes, como carvão, estigmatizado pelos problemas ambientais e sociais das carvoarias, no passado. “Sou otimista
que as fontes alternativas crescerão”, disse.
O secretário-executivo disse ainda que a capacitação dos gestores do sistema elétrico é peça fundamental para o desenvolvimento e manutenção do setor. Isto aplica-se não só aos operadores técnicos das usinas, mas aos gestores financeiros, aos reguladores e fiscalizadores. “As empresas, e o grupo Eletrobras, são parte disso, têm que ser bem geridas”, disse. Como exemplo positivo, ele citou Itaipu, que em sua construção trouxe técnicos experientes de diversas empresas do setor. “Itaipu era um desafio que foi cumprido e com índices muito bons, e opera com excelência”, afirmou. “Cada usina tem peculiaridade, sua realidade. É preciso conhecê-la para operá-la”.
Segundo o secretário, a Itaipu, que bateu seu próprio recorde de produção em 2012, serve como modelo para a defesa da hidreletricidade não só por seu feito em geração, mas também por ter sido promotora de desenvolvimento econômico e social da região de Foz do Iguaçu. “É este tipo de desenvolvimento que queremos levar à Belo Monte”, disse. No caso das usinas plataforma, instaladas no Tapajós, este outro modelo de hidrelétrica foi adotado porque estão em área de floresta, com menos impacto ambiental, e não tem como mote anexo o desenvolvimento urbano.
Zimmermann falou ainda sobre as mudanças impostas pela Medida Provisória 579/2012, instrumento que reduz a tarifa de energia até o consumidor. Transformada na Lei 12.783/2013, a medida prorroga por 30 anos as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia, e por 20 anos as concessões às térmicas das concessionárias que aceitaram reduzir suas tarifas. “O consumidor em Quebéc [Canadá] paga 20 reais o MWh. Aqui, no Brasil , paga-se cinco vezes mais”, explicou como uma das justificativas da medida.
Informação de: Jornale
a grafia correta é crescimento e não "crecimento" como está na publicação, por favor corrijam.
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