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Publicado em 21/03/2013
Com a projeção de que a população mundial pode chegar a 9 bilhões de pessoas até 2050, segundo dados da ONU, a Shell volta seus investimentos para novas tecnologias de exploração e produção de petróleo e gás natural. O cientista chefe mundial da Shell, Gerald Schotman, avaliou que a tendência para os próximos anos é de crescimento de produção de gás natural, visto que o mercado precisa ser abastecido.
“Temos no mundo reservas de gás natural que poderiam suprir a demanda atual em 250 anos. Precisamos trabalhar para atender a necessidade energética do mundo e do Brasil. Precisamos de velocidade e, portanto trabalhar com coinovação. Trabalhar isoladamente não teremos a inovação que precisamos no tempo necessário", disse Schotman, destacando a crescente produção de gás natural da companhia.
Pela primeira vez a petrolífera atingiu, em 2012, a maior produção de gás natural comparada a de petróleo. “É um sinal de mudanças. Sinal de que temos que ir em frente”, constata Schotman, se referindo ao gás natural como um combustível “AAA” (avaiable, affordable e acceptable, em inglês), ou seja, abundante, de baixo custo e acesso fácil e aceitável.
O presidente da Shell Brasil Petróleo, André Araujo, lembrou que a inovação faz parte da estratégia da empresa, que completa 100 anos de operação no país em 2013, além de ressaltar que o “Brasil é um país estratégico”.
“O Brasil tem grandes desafios, mas também grandes oportunidades de prover energia”, afirmou Araujo.
Tecnologia
Com esta visão, a Shell investe em desenvolvimento de equipamentos subsea. De acordo com o vice-presidente de Tecnologia da FMC Technologies, Paulo Couto, o futuro está em conseguir trabalhar a exploração de petróleo em águas profundas com equipamentos somente “no fundo do mar”. “No futuro toda essa coisa que boia caminha para ser automatizada no fundo do mar, tecnologia submarina. O acesso ao fundo do mar é difícil, por isso, temos que repensar como será o serviço no fundo do mar”, explica Couto.
Já para o gerente executivo do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), Marcos Assayag, o desafio atual é identificar a técnica adequada para as rochas carbonáticas do pré-sal. “Já caminhamos a passos lagos em relação ao tempo de perfuração. Acredito que estamos construindo uma história bem sucedida que levou a Petrobras a ser reconhecida em águas profundas. Além da técnica adequada , outro desafio é a redução dos custos na área de operação de poços. Hoje a área de poço representa a metade dos custos de exploração, com 50%”.
Conteúdo local
A Shell participa de estudos do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) que avaliam a possibilidade de flexibilização dos índices de conteúdo local. Araujo reconhece preocupação com a capacidade da indústria nacional de atender as demandas futuras do setor de óleo e gás: "Não posso negar que o volume de demanda por equipamentos e serviços é muito grande. E obviamente existe uma preocupação de como, daqui a quatro, cinco anos, vai estar a capacidade da indústria de entregar (as encomendas).”
O executivo disse ainda que a empresa tem interesse nas rodadas de licitação de petróleo que serão realizadas neste ano no país, incluindo a rodada de gás a ser realizada em outubro, mas que neste momento está em avaliação técnica para estipular a participação da petrolífera na 11ª rodada.
Informação de: NNPetro
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