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Grandes grupos se blindam contra crise energética

Publicado em 18/01/2013

Companhias como Suzano, Klabin e Eldorado investem em geração própria e se protegem de apagões.

A queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas não é uma preocupação para todos os segmentos. O medo relacionado ao aumento do preço da energia e à regularidade do abastecimento, além da própria natureza de produção de algumas companhias, fizeram com que elas investissem em autoprodução, o que garante certa independência neste assunto. Por isso, a possibilidade da implementação de um programa de racionamento de energia não abala estas companhias.

É bom lembrar que essa realidade, no entanto, não se estende para todo o universo corporativo. Uma eventual crise no abastecimento provocaria consequências negativas para pequenas e médias empresas, por exemplo. Esse grupo não possui capacidade financeira para investir em geração própria e depende unicamente do fornecimento por parte do sistema elétrico do país. Já as empresas que tem na energia um dos seus principais insumos (as chamadas eletrointensivas) desenvolveram, ao longo das últimas décadas, sistemas de blindagem contra possíveis racionamentos ou apagões.

A Suzano é um exemplo. A partir do quarto trimestre de 2013, a companhia será autossuficiente em energia. O grupo vai inaugurar uma fábrica na cidade de Imperatriz, no Maranhão, a qual terá capacidade para produzir 1,5 milhão de tonelada de celulose de eucalipto por ano. A partir desta inauguração, a empresa passará a ter um excedente de energia de 100 megawatts, o quais serão comercializados.

A Klabin também atravessa o momento com tranquilidade. Atualmente, 73,2% da energia usada pela companhia vêm de fontes renováveis, sendo 38,5% de licor negro, 32,7% de biomassa e outros 2% de energia elétrica própria (hidráulica). Outros 18,6% provêm de fontes não renováveis, como gás e óleo. E 8,3% é de energia elétrica adquirida.

Exemplos de autossuficiência não faltam. A Eldorado é dona da maior caldeira do segmento de celulose no planeta, a qual possui capacidade para gerar 220 megawatts de energia. Deste total, 100 megawatts são excedentes e, portanto, comercializados.

As produtoras de alumínio também estão em uma situação confortável, porém o preço da energia preocupa. Segundo Adjarma Azevedo, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), estas companhias contratam sua energia no mercado livre, mas o último acionamento das térmicas teve um impacto representativo sobre os encargos de serviço do sistema elétrico. "No Brasil, a energia elétrica é uma das mais caras do mundo, minando a competitividade de diversos setores como o de alumínio", afirma Azevedo. A lei 12.783, que permite ao governo prorrogar concessões de geração por 30 anos, também tornará a energia mais barata. No entanto, como a maior parte da energia consumida pelas indústrias eletrointensivas, provém do mercado livre, o ganho para elas ficará abaixo do anunciado. "É certo que o setor será beneficiado pela redução de alguns encargos, mas os 28% propagados pelo governo ficarão na realidade em torno de 10%. Esta redução não é suficiente para incentivar investimentos em produção de alumínio", diz Azevedo.

Informação de: Brasil Econômico

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