O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 20/12/2012
O governo conseguiu aprovar sem alterações no plenário do Senado o projeto de conversão
da Medida Provisória 579, após derrotar pela segunda vez no mesmo dia a proposta dos partidos de oposição
de reduzir as alíquotas do PIS e da Cofins incidentes sobre o setor elétrico. Após um longo debate, novamente
marcado por acusações de autoritarismo, o texto passou por votação simbólica, com a rejeição
dos destaques para votação em separado.
No início da tarde, o plenário da Câmara
já havia rejeitado a emenda relativa à mudança do regime de cobrança dos tributos federais, que
passaria a ser cumulativo; assim como o destaque que previa a devolução ao consumidor de pelo menos R$ 7 bilhões
que teriam sido pagos a mais na conta de energia elétrica de 2002 a 2009. Este último tema já havia sido
analisado pelo Tribunal de Contas da União, que decidiu não ter competência para determinar o ressarcimento.
Sem modificações, o projeto vai agora à sanção presidencial. Na essência,
ele manteve os princípios básicos da MP, que estabeleceu as condições para a renovação
antecipada de concessões de geração, transmissão e distribuição com vencimento até
2017. Prevaleceu, por exemplo, o princípio de que os bens dessas concessões voltarão para a União,
que deverá indenizar os investimentos não amortizados. Geradoras e transmissoras serão remuneradas pelo
custos de operação e manutenção e poderão ter reconhecidos na tarifa investimentos realizados
em reformas e modernizações de instalações e equipamentos.
Os líderes do Democratas,
Agripino Maia (RN), e do PSDB, Alvaro Dias (PR), chegaram a propor sem sucesso a retirada dos demais destaques, em troca
da votação da emenda 382, que tratava do PIS e da Cofins. Durante os debates, os parlamentares da oposição
lembraram que a desoneração dos tributos foi uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff e resultaria
numa redução de 25% no custo da energia.
Agripino Maia ironizou o desconto na tarifa na forma proposta
pelo governo e disse que a medida "é o barato que sai caro". Segundo o senador, a questão
não se resolve "tomando de alguém que vai permanecer amuado, descapitalizado, e não vai poder investir."
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) disse que todos concordam que investimentos já amortizados não
devem ser remunerados, mas classificou a proposta como demagógica e criticou a falta clareza nas informações
disponíveis para as empresas. O senador tucano disse também que a rotina de apagões "pode se perpetuar"
com as condições definidas para os concessionários.
O senador Aécio Neves destacou que
a discussão da redução da carga tributária não se encerrava com a aprovação da
MP. Ele acusou o legislativo de abdicar mais uma vez do seu papel e votar de forma submissa ao Executivo.
Informação de: CanalEnergia
Envie para um amigo