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Publicado em 18/12/2012
A atração de empresas do Exterior para esse segmento pode provocar, além da perda de mercado para os importados, o deslocamento da indústria local para setores de menor valor agregado. Ou seja, em vez de desenvolver tecnologia, as empresas passam a trabalhar somente com a montagem de produtos.
Uma válvula borboleta (usada para isolar ou regular a vazão de um fluido) fabricada na China, por exemplo,
chega no País com preço três vezes menor do que o que se paga somente pela matéria-prima brasileira.
Outros
pontos destacados por levantamento da Organização Nacional da Indústria do Petróleo, foram
os riscos de captação de financiamento externo atrelado ao suprimento e de criar um cliente único fornecedor
da Petrobras.
RAIO X
Existe uma série de fatores que
contribuem para esse cenário, que preocupa o setor por desestimular a competitividade da indústria. Dentre eles,
os já conhecidos - e criticados - pelas fabricantes de autopeças, como a alta carga tributária, o custo
do capital - que inclui empréstimos para capital de giro - e o real valorizado. Todos chamarizes para a importação.
O
diretor-geral da Onip, Eloi Fernández y Fernández, destacou que é preciso haver mudanças estruturais
na cadeia de petróleo e gás, como a remoção de obstáculos que impeçam o aproveitamento
de ganhos em escala, o aumento do ganho de produtividade, o investimento na educação básica e técnica
e a redução dos gargalos da infraestrutura. "É preciso, em primeiro lugar, assegurar a desoneração
dos investimentos e garantir às empresas locais as mesmas condições de isenção das empresas
estrangeiras para o fornecimento de produtos e serviços."
Outras ações igualmente prioritárias
são o incentivo à criação de institutos tecnológicos voltados à pesquisa industrial,
a simplificação de regras de conteúdo local reduzindo burocracia e custos para a cadeia e operadores
e o estímulo, através de premiação, às empresas que superarem metas de conteúdo
local.
INVESTIMENTO
Fernández contou que, até
2014, devem ser investidos pela indústria brasileira R$ 611 bilhões, sendo que 62% ou R$ 378,8 bilhões
serão provenientes do setor de petróleo e gás. Esse valor corresponderá a metade dos aportes realizados
em infraestrutura, de R$ 756 bilhões.
O diretor da Onip diz que 79% do investimento da cadeia deverá
partir da Petrobras (US$ 212 bilhões) e, 21% (US$ 58 bilhões), de empresa de fora que têm atividade no
País - a maioria é parceira da estatal.
"Nesse período, a demanda por bens e serviços deverá
alcançar cerca de R$ 400 bilhões", avisou o executivo.
Crise dos Estados Unidos não vai alterar
aportes da estatal
A turbulência norte-americana, que ganhou os holofotes do mundo todo após rebaixamento
da nota do rating soberano (que avalia a capacidade de um país honrar suas dívidas) concedida pela agência
de risco Standard & Poor's de AAA para AA+, não vai mudar os planos de investimento da Petrobras. Até 2015
estão previstos US$ 224,7 bilhões (R$ 357,2 bilhões).
"Uma crise não pode mudar um plano
estratégico de longo prazo", afirmou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. "No auge da turbulência
anterior, anunciamos o investimento de US$ 176 bilhões e foi um escândalo. Mas, ao nosso ver, a crise não
cancelou o futuro, as pessoas vão continuar andando de carro, ônibus, avião e navio. A necessidade do
combustível não vai acabar e, muito menos, sua demanda."
O aporte integra o objetivo de elevar a produção
do pré-sal de 2% para 40% até 2020. "O mercado brasileiro, que é hoje de 2,1 milhões de barris
por dia de consumo de derivados de petróleo, vai ultrapassar 3 milhões em 2020", disse Gabrielli.
Número
de empregos pode chegar a 2,5 milhões
A cadeia do petróleo e gás emprega, atualmente, em todo
o País, 420 mil trabalhadores. A expectativa da Organização Nacional da Indústria do Petróleo
é que, com a exploração do pré-sal, esse número salte para 2,5 milhões de postos
de trabalho até 2020.
A perspectiva é calcada em três fatores principais. Com o aumento da demanda
local com participação constante no fornecimento, espera-se gerar mais 760 mil vagas. A variação
da participação no fornecimento deve propiciar a contratação de mais 1,150 milhão e o crescimento
da exportação, mais 170 mil.
No entanto, o diretor-geral da Onip, Eloi Fernández y Fernández,
alertou, durante evento que discutiu os novos desafios do pré-sal, que se a indústria nacional não tiver
subsídios para se tornar competitiva, esse número chegará a, no máximo, 860 mil, cerca de 500
mil a mais do que hoje, em vez de quase 2,1 milhões.
CAPACITAÇÃO
Até
lá, segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, 280 mil profissionais da cadeia de fornecimento
serão capacitados pelo Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás
Natural.
A Petrobras é a principal financiadora deste plano de qualificação, aportando recursos
previstos para investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O Prominp conta também com verba do Ministério do
Trabalho e Emprego e do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Os cursos de qualificação são
oferecidos por meio de processos de seleção pública que ocorrem, no mínimo, uma vez por ano nos
Estados que possuem empreendimentos do setor de petróleo e gás natural. Os candidatos precisam se inscrever
no curso desejado e, em seguida, realizar a prova nacional de seleção.
FINANCIAMENTO
Gabrielli anunciou ontem que será disponibilizada uma modalidade de financiamento
com juros até 40% menores que os praticados no mercado para facilitar a vida dos fornecedores da cadeia. "Esperamos
alcançar 250 mil empresas no País", contou. "O benefício será concedido até o quarto elo
da cadeia para as companhias que comprovarem fazer parte dela pelo fato de terem a garantia de pagamento da Petrobras.".
Fonte:
Diário do Grande ABC
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