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Publicado em 03/12/2012
Na esteira de projetos anunciados em países como Estados Unidos, China e Itália, o Brasil está prestes a integrar um seleto grupo de nações que planejam iniciar a produção em escala comercial do etanol de segunda geração a partir de 2013. Diversos projetos-piloto em andamento no País deverão ganhar força a partir do segundo semestre do próximo ano, quando está previsto o início das operações da primeira planta industrial de biocombustível celulósico do Hemisfério Sul, a ser construída pela multinacional brasileira GraalBio no Estado de Alagoas (AL).
Embora o Brasil já domine a tecnologia para fazer etanol a partir da biomassa da cana-de-açúcar, o grande desafio para a fabricação em larga escala do produto feito a partir de bagaço e palha de cana é vencer o maior custo de produção. “Esta primeira fábrica da GraalBio, que será a sexta unidade industrial de etanol celulósico construída no mundo, representa um avanço importante no desenvolvimento da tecnologia e ganho de escala, o que deve contribuir para uma maior competitividade do novo processo de produção” explica Alfred Szwarc.
A GraalBio informa que a nova usina, que deverá entrar em operação no final de 2013 na cidade alagoana de São Miguel dos Campos, terá capacidade de produzir anualmente até 82 milhões de litros de etanol de segunda geração. A tecnologia vai incrementar a produção doméstica do combustível renovável sem a necessidade de expansão de fronteiras agrícolas nacionais. A construção do empreendimento, que demandará investimentos de R$ 300 milhões, será viabilizada pela parceria da empresa brasileira com a BetaRenewables e à Chemtex, ligadas ao grupo italiano Mossi&Ghisolfi (M&G), um dos principais fabricantes de embalagens PET do mundo.
Para converter a biomassa da cana em biocombustível, a usina da GraalBio utilizará no Brasil enzimas desenvolvida pela empresa de biotecnologia dinamarquesa Novozymes, parceira da M&G em uma planta industrial que deverá entrar em operação no início de 2013, na cidade de Crescentino, no norte da Itália. A expectativa do projeto italiano é produzir anualmente 70 milhões de litros de etanol feito de palha de trigo e outras matérias-primas locais. Com as enzimas da Novozymes, companhia que também participa da construção de uma usina de etanol celulósico na China, a GraalBio pretende ampliar o rendimento médio de uma unidade produtiva de etanol convencional em mais de 35%.
Segundo o presidente do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), José Gustavo Teixeira Leite, entidade que também pesquisa novas tecnologias para produção de etanol de segunda geração, atualmente um hectare (ha) de cana gera em torno de 85 litros de etanol. Com o celulósico, haverá um aumento na produtividade de 25 a 30 litros por ha. Em 2020, com o aprimoramento desse processo, o acréscimo poderá chegar a até 90% do volume atual.
Informação de: UNICA
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