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Publicado em 30/11/2012
O sonho de integrar a rede elétrica brasileira aos sistemas de dados digitais e telecomunicações é alto. Conhecido como smart grids, o sistema de redes inteligentes pode necessitar de investimento da ordem de R$ 90 bilhões, isso num horizonte de 15 anos. A estimativa - que leva em consideração um cenário otimista, em que mais de 70% do território estaria integrado.
Segundo Marco Antônio de Paiva Delgado, diretor da Abradee e primeiro palestrante do evento catarinense (que também é composto por uma Feira de Tecnologia, Infraestrutura e Eficiência Energética) - o estudo sobre a aplicabilidade das smart grids trata-se do resultado de projeto de pesquisa e desenvolvimento realizado pela associação em parceira com o Instituto Innovare. O documento final será transformado em livro, mas sem data definida para publicação.
Durante sua apresentação em Santa Catarina, Delgado detalhou os benefícios que o novo sistema de redes inteligentes pode trazer ao sistema de distribuição de energia, que inclui redução nos níveis de perdas de energia; praticidade na identificação e solução de problemas na rede; e o melhor gerenciamento da energia, de forma integrada.
No entanto, de acordo com Delgado, há alguns desafios a serem superados, entre eles estão às condições de financiamento para as concessionárias, qualificação da mão de obra e uma revisão da percepção regulatória sobre o que é considerado investimento.
"A base de remuneração (das concessionárias) é uma situação confusa. Na hora de fazer a avaliação do investimento da distribuidora, as chamadas gloss nem sempre são reconhecidas. Ou seja, tem um risco ao fazer esse tipo de investimento. O que vai ser considerado (pela Aneel) como investimento prudente ou imprudente? Não se tem regulamentação clara", questionou o diretor da Abradee.
Segundo Delgado, o investimento "imprudente" é aquele superdimensionado. É quando a Aneel pode entender que o distribuidor "sobre-estimou" uma subestação ou cabeamento, por exemplo, de modo que a agência reguladora "entenda que a folga é tão grande" que aquele investimento não deve ser remunerado pela tarifa de energia.
"Nesse terceiro ciclo a parcela de discussão de litígio entre o que as empresas apresentaram e o que a Aneel tem reconhecido tem aumentado. Estamos preocupados porque isso faz que a percepção de risco aumente, o que consequentemente faz com que distribuidoras tenham que obter financiamentos mais caros", explicou Delgado, acrescentando que as concessionárias acabam pegando financiamentos a taxas elevadas e, mesmo assim, o que se aplica não é reconhecido. “A equação começa a se desbalancear e isso é preocupante para a sustentabilidade de longo prazo."
"As distribuidoras estão investindo numa novidade, que tem todos os riscos inerentes de você implementar uma nova tecnologia - de conhecimento, de capacitação - e lá na frente a (Aneel) pode reconhecer como custeio. Isso cai numa discussão um pouco perigosa. É preciso aprimorar o reconhecimento de investimento aplicado", recomentou Delgado. "O cenário para atividade não é tranquilo", desabafou.
Informação de: Jornal Energia
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