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Publicado em 01/11/2012
O setor de etanol está à espera de regras claras do governo para os preços dos combustíveis
para voltar a realizar investimentos de grande porte. Conforme o presidente interino da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Padua Rodrigues, o volume de encomendas de bens de capital do setor
poderia atingir R$ 100 bilhões, com 95% de conteúdo nacional, e 90 novas unidades produtoras seriam construídas.
Além disso, ainda seriam gerados 640 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia.
Mas o momento é
de indefinição, diz Rodrigues, atribuindo esse cenário à política que o governo federal
vem adotando para a gasolina, ao não alinhar o preço do combustível com o mercado internacional, além
de outras medidas como a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico (Cide), que impediu que o reajuste no valor das refinarias não chegasse aos consumidores. O presidente
da Unica destaca que o etanol, por ser um combustível renovável, deveria receber incentivos para a produção,
ao contrário do combustíveis fósseis.
A produção de etanol da safra 2012/2013 deve
atingir 21,05 bilhões de litros, 2,47% maior que o verificado na safra anterior, mas com uma redução
de 2,03% em relação à estimativa inicial. Do volume total previsto para a atual safra, 12,75 bilhões
de litros referem-se ao etanol hidratado e 8,30 bilhões de litros ao etanol anidro (que vai misturado na gasolina).
No caso do anidro, houve um aumento de 19,4% sobre a estimativa inicial com o aumento das exportações e a maior
necessidade de anidro para abastecer o mercado doméstico.
O secretário de Petróleo e Gás
do Ministério de Minas e Energia (MME), Marco Antonio Martins Almeida, afirmou em setembro passado, durante a Rio Oil
& Gas, que o governo estuda a desoneração de PIS/Cofins do etanol. Segundo ele, outra medida é a
previsibilidade do mercado, com o estabelecimento do porcentual de etanol anidro misturado à gasolina. Almeida afirmou
que o porcentual (hoje em 20%) para o ano que vem deve ser adiantado ao mercado.
Por outro lado, o estudo "Outlook
Brasil 2022 - Projeções para o Agronegócio", realizado pelo Icone em parceria com a Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mostra que o consumo doméstico de etanol deve chegar a
45,8 bilhões de litros em 2021/2022, 79,7% a mais do que em 2010/2011 e as exportações, no mesmo período,
devem subir 456,7%. Para o pesquisador do Icone, Marcelo Moreira, as exportações devem aumentar com as vendas
para o mercado americano, que deve ficar cada vez mais favorável para o etanol brasileiro. "O cenário não
deverá ser aquele imaginado em 2007 e 2008, quando se acreditava que o etanol brasileiro iria se espalhar pelo mundo,
mas haverá um crescimento importante", diz.
Informação de: Valor Econômico
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