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Publicado em 21/09/2012
A redução das tarifas de energia, decorrente da renovação
das concessões e corte dos encargos setoriais, altera a competitividade da fonte solar no curto prazo e pode retardar
a realização de um leilão de energia solar, segundo o diretor da Empresa de Pesquisa Energética
(EPE) Amilcar Guerreiro. Ele salientou, porém, que as condições de inserção desta fonte
na matriz energética nacional permanece para os próximos anos.
"É claro que, com a redução
das tarifas, a energia solar perde um pouco a competitividade, mas as condições de inserção
permanecem válidas, porque há uma tendência estrutural de queda do custo dos painéis fotovoltaicos",
comentou, após participar da conferência O Futuro Solar: Brasil, nesta quinta-feira em São Paulo.
Ele
citou estudo feito pela EPE sobre o potencial solar do Brasil, que mostrou que atualmente já existem áreas de
concessão de distribuição com tarifas mais altas que o custo do MWh solar estimado, o que poderia estimular,
principalmente, projetos de geração distribuída, ou seja, pequenas unidades localizadas perto das áreas
de consumo. Vale ressaltar, porém, que o levantamento foi feito sem levar em consideração a prevista
redução da tarifa e novos cálculos deverão ser feitos.
Ainda conforme o estudo, no caso
de grande projetos de geração solar, o custo da energia solar fotovoltaica ainda é muito elevado,
da ordem de R$ 405 por megawatt-hora (MWh), significativamente superior ao preço médio obtido no último
leilão de energia nova, realizado em novembro do ano passado, da ordem de R$ 100/MWh. Mesmo considerando medidas
como redução da taxa de juros dos financiamentos e incentivos fiscais, sugeridos pela EPE ao Ministério
de Minas e Energia, a geração centralizada de energia solar teria custo de R$ 302/MWh.
Queda
no custo
O diretor presidente da Solarplaza, empresa holandesa organizadora do evento, destacou que grande parte
das maiores fabricantes de painéis fotovoltaicos está enfrentando um período difícil, tendo em
vista a crise europeia, com perspectiva de mais quatro anos em situação similar. "Os preços estão
entrando em colapso, a queda no preço da energia solar foi de 50% no último ano", comentou.
Mas
Guerreiro sinalizou que essa queda, em grande parte observada em decorrência de uma crise econômica, pode ter
deixado o preço em um valor abaixo do que deveria estar, e se configuraria em uma situação transitória.
"Mas também é verdade que o desenvolvimento do mercado e de novas tecnologias também reduz os custos,
há uma redução estrutural, mas talvez não no nível que vemos hoje."
Informação de: UDOP
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