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Publicado em 17/09/2012
O Brasil pode
assumir a liderança em biocombustíveis para aviação, a exemplo do protagonismo que conquistou
no setor automobilístico, em que se tornou um dos primeiros países do mundo a ter sua frota de veículos
automotivos abastecida e movida a biocombustível.
Entretanto, o país terá que superar diversos obstáculos de ordem científica, tecnológica,
de produção agrícola e de políticas públicas, entre outras, por meio da articulação
de empresas do setor aeronáutico e de biotecnologia com instituições de pesquisa, governo, integrantes
da cadeia de produção de biocombustíveis e representantes da sociedade civil.
A avaliação foi feita por participantes da Conferência sobre Biocombustíveis para Aviação
no Brasil, aberta no dia 11 de setembro na sede da Embrapa, em Brasília (DF), com o objetivo de discutir sobre a viabilidade
técnica e financeira e o atual estágio das pesquisas realizadas no Brasil sobre biocombustíveis que possam
substituir o querosene em aviões comerciais.
O setor de aviação, que contribui com 2% das emissões totais de gases de efeito estufa no planeta,
está enfrentando o desafio de reduzir pela metade a emissão de CO2 em 2050, em comparação com
2005, e se tornar neutro carbono até 2020, conforme estabeleceu a Associação de Transporte Aéreo
Internacional (Iata, na sigla em inglês).
De modo a reduzir o consumo e, por conseguinte, as emissões de gases de efeito estufa, os fabricantes de aviões
vêm tentando aumentar nos últimos anos a eficiência operacional de suas aeronaves por meio do desenvolvimento
de motores mais modernos e eficientes e de otimizações aerodinâmicas, utilizando, por exemplo, estruturas
e ligas metálicas mais leves no projeto dos jatos.
Entretanto, com a forte expansão do transporte aéreo e o aumento da frota de aviões em circulação
no mundo, essas medidas têm sido insuficientes.
“Todo o esforço que temos feito na otimização do consumo de combustível e na utilização
das aeronaves não será suficiente. O único caminho que devemos seguir é em direção
aos biocombustíveis”, disse Emílio Matsuo, vice-presidente e engenheiro-chefe da Embraer.
Contudo, segundo Matsuo e outros representantes do setor de aviação presentes no evento, o grande desafio científico e tecnológico é desenvolver um biocombustível a partir de qualquer biomassa que seja produzida em escala comercial e tenha um custo competitivo e que possa ser misturado ao querosene de aviação convencional na proporção de até 50%, sem a necessidade de realizar modificações nos motores e nas turbinas da atual frota de aeronaves que circula pelo mundo.
Informação de: Exame Info
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