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Indústria veterinária brasileira tenta reverter veto a vermífugo

Publicado em 27/06/2014

A indústria veterinária brasileira estima uma perda de R$ 500 milhões por ano com a proibição das vendas de avermectinas de longa ação.

           O vermífugo é utilizado em larga escala na criação de bovinos no Brasil. Representantes da indústria veterinária brasileira se reuniram com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Rodrigo Figueiredo, para tentar reverter o veto.

clique para ampliar>clique para ampliarA indústria cogita entrar com uma ação na Justiça, caso o diálogo para anular a instrução normativa que proibiu na semana retrasada as avermectinas de longa ação, não avance. (Foto: Softwares e Sistemas de Gestão)

De acordo com a  Associação Brasileira dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), a proibição das avermectinas da longa ação - que têm "atividade antiparasitária" superior a 42 dias - levará a um prejuízo de R$ 500 milhões por ano para o setor veterinário. Desse total, R$ 275 milhões se referem às vendas do vermífugo por empresas brasileiras, de acordo com a Alanac. Esse montante representa 30% do faturamento de R$ 950 milhões das empresas nacionais. Incluindo as multinacionais, o setor veterinário fatura mais de R$ 3 bilhões por ano no Brasil.

De acordo com a Alanac, a medida vai encarecer a produção pecuária, uma vez que os produtores de gado bovino terão de fazer mais aplicações de avermectina por ano. Os produtos de longa ação são aplicados, em média, duas vezes por ano, de acordo com Henrique Tada, presidente da Alanac. A proibição das avermectinas de longa ação atendeu a um pleito dos frigoríficos brasileiros. O uso de avermectinas era um dos motivos de preocupação nas exportações de carne bovina enlatada para os Estados Unidos, país que chegou a embargar temporariamente em 2010 a carne bovina industrializada do Brasil devido à presença de traços de avermectina no produto.

Em março, os EUA voltaram a detectar traços do vermífugo em um lote de carne enlatada da JBS. Os EUA estão em processo de abertura de seu mercado de carne bovina in natura do Brasil. Segundo o presidente da Alanac, o uso de avermectina na criação do gado bovino exige maior fiscalização e instrução do produtor rural, e não a proibição. "Foi adotada a forma mais radical para resolver uma situação que o governo alega. Isso não é um problema do produto. É preciso fazer um treinamento dos pecuaristas e uma fiscalização da aplicação desses produtos", disse.

Fonte: Jornal Valor Econômico, adaptado, CRMV

 

Comissão da Câmara discute proibição de avermectina 

A Comissão de Agricultura da Câmara discutiu na terça-feira (24/6) a Instrução Normativa 13, publicada pelo Ministério da Agricultura, que proíbe a fabricação, comercialização e importação de antiparasitários com avermectina. O colegiado convidou representantes do setor para discutir os efeitos da medida para o agronegócio brasileiro.

Entre os convidados, está o presidente do Conselho Administrativo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan). A entidade “repudiou” o conteúdo da instrução normativa, dizendo que os produtos proibidos pela instrução são usados pelo mundo todo e, no Brasil, são adotados há mais de 20 anos.

Foram chamados para a audiência pública também representantes da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Fonte: Globo Rural

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