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Publicado em 03/11/2016
O Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores em ocupações
industriais nos níveis superior, técnico e de qualificação entre 2017 e 2020. As áreas
que mais vão demandar formação profissional serão Construção (3,8 milhões),
Meio Ambiente e Produção (2,4 milhões), Metalmecânica (1,7 milhão), Alimentos (1,2 milhão),
Vestuário e Calçados (974.592), Tecnologias da Informação e Comunicação (611.241),
Energia (661.619), Veículos (435.742), Petroquímica e Química (327.629), Madeira e Móveis (258.570),
entre outros. Esses profissionais poderão trabalhar em vários setores, além da indústria.
Os dados fazem parte do Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020 (faça o download da apresentação
do estudo ao fim da reportagem), elaborado pelo Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI) para subsidiar o planejamento da oferta de formação profissional
da instituição. A pesquisa inédita também pode apoiar os jovens brasileiros
na escolha da profissão e, com isso, aumentar suas chances de ingresso no mercado de trabalho.
A demanda por formação inclui a requalificação de profissionais que já estão empregados e
aqueles que precisam de capacitação para ingressar em novas oportunidades no mercado. “O profissional
qualificado tem mais chances de manter o emprego e também pode conseguir uma nova vaga mais facilmente quando a economia
voltar a crescer e as empresas retomarem as contratações”, afirma o diretor-geral do SENAI e diretor de
Educação e Tecnologia da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi.
FORMAÇÃO DE TÉCNICOS –
Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos
matriculados ou egressos do ensino médio. Ao término, o estudante recebe um diploma. Segundo o estudo, seis
áreas se destacam na demanda por formação de técnicos: meio ambiente e produção;
Metalmecânica; Energia; Tecnologias de Informação e Comunicação; Construção;
e Petroquímica e Química.
De acordo com especialistas responsáveis pela elaboração
do Mapa, a área de Meio Ambiente e Produção destaca-se, entre outros fatores, porque as empresas passaram
a ter maior controle sobre os impactos ambientais dos processos produtivos diante de mudanças
recentes na legislação. Além disso, ganhos de produtividade podem ser obtidos
por meio da melhoria na gestão do processo produtivo, medida importante em cenário de lenta recuperação
econômica.
Algumas profissões “curinga” também permitem ao profissional exercer
funções tanto na indústria quanto em outros setores econômicos. O estudo mostra as dez ocupações
transversais que mais exigirão formação entre 2017-2020. No topo da lista está o programador de
produção, ocupação tipicamente industrial responsável pelo planejamento de processos produtivos,
que pode trabalhar também no comércio e no setor de serviços. Trata-se de um profissional com visão
sistêmica do fluxo produtivo e capacidade de gerenciamento, características cada vez mais exigidas pelo mercado
de trabalho.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL – Já os cursos de
qualificação são indicados a jovens ou profissionais, com escolaridade variável de acordo com
o exercício da ocupação, e que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais.
Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. As áreas com maior demanda por profissionais com qualificação
de mais de 200 horas, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020 serão: Alimentos, Metalmecânica,
Vestuário e Calçados, Construção, Veículos e Energia.
De acordo com especialistas
do SENAI, a exportação de commodities agrícolas (carnes, açúcar, derivados da soja) deve
manter empregos no setor de alimentos entre 2017 e 2020, o que ajudaria a explicar a forte necessidade por formação
de profissionais nesse setor. O Metalmecânico, por sua vez, é um setor de base da indústria que tende
a crescer à medida que os setores de bens de consumo duráveis voltarem a ter uma demanda mais forte. Existem
também profissões “curinga” que exigem média qualificação. Segundo o
Mapa, entre as dez ocupações mais em alta nos próximos anos, estão mecânicos de manutenção
de veículos e operadores de processamento de alimentos.
ONDE ESTÃO AS VAGAS –
A maior necessidade por profissionais capacitados em ocupações industriais se concentra no Sudeste e no Sul,
alinhada com a participação das regiões no Produto Interno Bruto (PIB), seguidas pelo Nordeste, Centro-Oeste
e Norte, nesta ordem.
METODOLOGIA - O Mapa do Trabalho Industrial é elaborado a partir
de cenários que estimam o comportamento da economia brasileira e dos seus setores; projeta
o impacto sobre o mercado de trabalho e estima a demanda por formação profissional industrial (formação
inicial e continuada). As projeções e estimativas são desagregadas no campo geográfico, setorial
e ocupacional, e servem como parâmetro para o planejamento da oferta de cursos do SENAI.
Na opinião
de Lucchesi, conhecer as necessidades do mercado é fundamental para o planejamento da oferta de formação
profissional. “O SENAI é referência em educação profissional porque está alinhado
com as necessidades da indústria e mantém seus cursos atualizados com o que existe de mais avançado em
termos de tecnologia”, explica. O SENAI oferece, a cada ano, 3,5 milhões de vagas. A maioria é em cursos
de aprendizagem industrial, aperfeiçoamento profissional, qualificação profissional e cursos técnicos
de nível médio. Desde 1942, já formou mais de 68 milhões de brasileiros.
OLIMPÍADA
DO CONHECIMENTO – Os melhores alunos de cursos de educação profissional do Brasil participam
este ano da Olimpíada do Conhecimento, a maior
competição de profissões técnicas das Américas, entre 10 e 13 de novembro, em Brasília.
O torneio reunirá 1.200 estudantes de cursos técnicos e de formação profissional do SENAI e dos
Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (IF); alunos dos ensinos
fundamental e médio do Serviço Social da Indústria
(SESI) e de escolas públicas do Distrito Federal.
Durante os quatro dias de torneio, os estudantes
serão provocados a apresentar soluções e produtos para empresas e para a comunidade, além de participar
de provas individuais que exigem precisão e raciocínio rápido. Os desafios ocorrerão numa estrutura
de mais de 50 mil metros quadrados montada ao redor do Ginásio Nilson Nelson. A expectativa é que 100 mil visitantes
passem pelo local durante a competição. Para saber mais sobre a Olimpíada do Conhecimento, acesse o site oficial do evento.
Com informações de Agência de Notícias.
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