e receba nosso informativo
Publicado em 18/01/2019
Um em cada três reais movimentados pela produção nacional no campo está relacionado à pecuária. Apesar desses números se repetirem, um dos principais itens na produção pecuária nacional gera discussões: a qualidade das pastagens.
Assim como nas lavouras, solos ácidos afetam a pastagem destinada à criação. A qualidade da carne acaba sendo afetada.
Ao lado da questão genética, as gramíneas influem diretamente no desempenho do animal. Assim, se a qualidade tivesse um olhar diferenciado, os resultados poderiam ser ampliados sem a necessidade de grandes alterações no processo produtivo.
O alerta é do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical). "Estamos diante de uma questão bem antiga", disse João Bellato Júnior, presidente do Sindical. "As pastagens resistem mais ao solo ácido, além do que são renováveis no mínimo a cada 5 anos".
Bellato aponta que, principalmente no estado de São Paulo, existem muitas áreas de pastagens degradadas. Apesar disso, o problema de solos ácidos atinge quase todo o Brasil. "A média de ocupação de animais por hectare apresenta uma redução, justamente em função da baixa qualidade das gramíneas", contou o empresário.
Entidades como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) alertam seus associados para a relação entre o ambiente e desempenho do animal. Genética e ambiente influenciam a produtividade e o retorno econômico da produção.
Calcário na renovação
A estimativa da CNA é de que metade das áreas com pastagens sofre com algum tipo de degradação, quando se fala de bovinocultura. Especialistas apontam que, se esse cenário fosse diferente, haveria maior ganho de peso diário, precocidade de abate e taxas mais efetivas de natalidade. A qualidade da carne gerada também seria melhor.
"Temos recomendado aos agentes de vendas que o pecuarista, no momento da renovação de sua pastagem, utilize o calcário, corrija a acidez do solo. Isso vai lhe proporcionar mais produtividade e maior longevidade ao pasto", relata Bellato.
O planejamento se mostra necessário. Segundo o presidente do Sindical, experimentos com a aplicação do calcário diretamente sobre o pasto mostram resultados mais tímidos. "Nesses casos, foi necessária uma quantidade muito maior que o usual para que se obtenha resultado positivo. Portanto, o melhor é promover a calagem quando da reforma do pasto", destacou.
Assim como nas lavouras, as pastagens pedem acompanhamento técnico, além de práticas como análise periódica do solo.
Fonte: Sindical
Envie para um amigo