Descoberta de mutações genéticas em tambaqui garante prêmio a docente da Ufam
Publicado em 09/10/2018
"É um trabalho multidisciplinar de grandes parcerias que coloca a nossa Ufam em destaque", orgulha-se o professor Ribamar
Nunes do Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (INC/Ufam), em Benjamin Constant,
interior do Amazonas. O Prêmio Capes de Tese 2018 é o reconhecimento da relevância científica, econômica,
ecológica e social da investigação, que associa mutações genéticas do tambaqui à existência de populações sem espinha ou à
adaptação do peixe ao aumento da temperatura no planeta, que pode deixar as águas dos rios mais ácidas pela redução do nível
de oxigênio.
A tese "Descoberta de SNP, construção de mapa genético de alta densidade e identificação de genes
associados com adaptação climática e ausência da espinha intermuscular em tambaqui (Colossoma macropomum)" foi defendida
no ano de 2017, sob a orientação do professor Luiz Lehmann Coutinho, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens
da Universidade de São Paulo (USP/ESALQ). Além de receberem certificado e medalha, os vencedores serão agraciados com uma
bolsa de pós-doutorado. A solenidade de reconhecimento será realizada no próximo dia 13 de dezembro.
Graduado em
Zootecnia e em Biotecnologia pela Ufam, o então especialista em Biotecnologia ingressou como docente em 2009. ?Entre no INC
somente com a graduação, concluindo a pós a distância ainda enquanto lecionava. Depois do estágio probatório, obtive licença
para sair e cursar a pós-graduação. Fiz a seleção da USP e comecei o mestrado em 2013. Lá, eu percebi a possibilidade de prosseguir
com o tema no doutorado?, conta o professor José Ribamar.
E o doutorado veio antes do esperado. Durante os dois
anos do mestrado, em caso de excelência acadêmica ? com o conceito ?A? em todas as disciplinas ? haveria a possibilidade de
uma mudança de nível. Cumulativamente, seria necessário ainda ser aprovado no exame de proficiência com aproveitamento de
pelo menos 80% e apresentar uma dissertação com todas as condições de ser continuada como tese. Apenas um ano e dois meses
depois de iniciar o mestrado, o professor José Ribamar submeteu a proposta ao Programa e foi aprovado como doutorando, embora
com a exigência de cumprir as disciplinas remanescentes do Mestrado.
"Em 2015, eu viajei para os Estados Unidos,
durante um ano, como bolsista da Capes. Antes disso, a minha pesquisa era financiada pela Fapeam [Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Amazonas]", lembra o docente, que sequer chegou a obter o título de mestre. A tese foi concluída em 2016, tendo
sido defendida e depositada no ano seguinte. Enquanto ainda cursava o doutorado, ele publicou um artigo científico numa revista
Qualis A1, periódico do grupo Nature. "Essa é a mesma revista que publicou a pesquisa sobre a relação entre o Zika Vírus e
a Microcefalia", compara o docente, ao mencionar a relevância cientifica do texto.
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