Brasileiros e europeus se unem em projetos de baixo impacto ambiental
Publicado em 17/09/2018
O Brasil é o décimo maior emissor individual de gases de efeito estufa, principalmente devido às atividades agropecuárias,
de energia, processos industriais e resíduos, enquanto a União Europeia é líder em soluções na oferta de tecnologias e serviços
de baixo carbono. Juntos, por meio do programa Low Carbon Business Action in Brazil, parcerias entre pequenas e médias
empresas europeias e brasileiras foram fechadas para ajudar o Brasil na luta global contra as mudanças climáticas.
Em Santa Catarina, por exemplo, a tecnologia da Bert Energy, uma empresa alemã especializada em transformar estrume de porco
em energia, e globalmente atua como fraqueadora, permitindo que produtores e indústrias tenham acesso ao mercado de biogás,
irá ajudar a Associação Catarinense de Criadores de Suínos e seus associados a produzir energia elétrica limpa, a partir do
esterco animal.
"O projeto une a Bert Energy e a Fornari Indústria, empresa catarinense especializada no desenvolvimento
de tecnologias sustentáveis de baixo impacto ambiental, que será uma franquia local, fornecendo peças e componentes
e operando a usina de biogás. Juntas, com investimento estimado em 445.000, irão permitir que cada criador de suínos produza
eletricidade e calor localmente. Além de dimuir em 99% o cheiro de extrume e reduzir significativamente os custos ao produtor",
comenta Mercedes Blázquez, líder do projeto da União Europeia "Low Carbon Business Action in Brazil".
No outro
extremo do país, um projeto espera criar o Vale do Silício na região do Nordeste através da dessalinização da água no marcom
integração de energética renovável. "Devido às perfeitas condições de localização, o Nordeste está predestinado a satisfazer
a demanda por energia e água doce, a partir da dessalinização, isto é, da retirada dos sais da água para torna-la água doce"
enfatiza Blázquez. "É um sistema hidropônico, em que microrganismos transformam às grandes proporções de amoníaco tóxico de
excreções de peixe e camarão em fertilizante. O nitrogênio é assimilado pelas plantas e, portanto, a água que resta é limpa
e pode ser usada novamente nos tanques dos animais, em irrigação, pelas indústrias ou municípios ou pode voltar novamente
para o meio ambiente", complementa Mercedes. Este processo é chamado de Aquaponics.
A construção e operação do
projeto-demostração no Ceará requer um investimento aproximado de 3 milhões e terá a cearense Piscis e a alemã Gloasis trabalhando
em parceria. "A Gloasis é uma pequena empresa de engenharia e construção de projetos de aquaponia," um termo derivado de um
sistema combinado de aquicultura e horticultura, com diferentes soluções de uso dos resíduos para gerar energias limpas, reuso
da água e agricultura sustentável num ciclo virtuoso que contribui com o meio ambiente. Com essa joint venture, eles
podem ampliar ainda mais relacionamento com o Brasil, trabalhando com outros Estados", diz Mercedes Blázquez.
Outras
parcerias para projetos de energia solar e gestão de resíduos foram formadas, e estão aproximando pequenas e médias empresas
da União Europeia aos mercados mexicano e brasileiro, além de fortalecer a criação e expansão de indústrias e empresas emergentes
no setor de tecnologias e soluções de baixo carbono no Brasil.
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