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Publicado em 21/08/2018
O sistema tradicional confina os animais em locais minúsculos onde não podem se movimentar, se alimentam de ração ininterruptamente e são arrancados seus bicos.
Comparações entre nutrientes dos ovos criados em sistemas diferentes apontam maior quantidade de vitaminas nas galinhas que ciscam livremente e podem se alimentar conforme sua vontade.
O compromisso do Carrefour foi estabelecido também nas lojas de países da Europa como França, Itália, Polônia, Bélgica, Espanha e Romênia.
O sistema livre de gaiolas é uma bandeira dos militantes contra a crueldade animal e pelo consumo consciente. Organizações como o Mercy for Animals, Animal Equality, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e Humane Society International documentam os maus tratos sofridos pelas aves para pressionar consumidores e produtores a eliminar esse tipo de criação.
Segundo relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2016 o Brasil produziu 39 bilhões de unidades, sendo que apenas 0,43% da produção foi exportado. Naquele ano, o consumo per capita do brasileiro foi de 190 ovos.
O Carrefour tem 20 fornecedores atuais de ovos. Considerando o volume total de ovos vendidos atualmente pela rede, se o compromisso final para 2028 fosse implementado hoje, mais de 700.000 galinhas seriam retiradas das gaiolas.
A rede deve atuar junto aos fornecedores para que modifiquem os espaços e os mecanismos de criação a fim de adotar o sistema sem gaiolas. Para isso, promete auxiliar na obtenção de linhas de crédito e na contratação de técnicos para orientar a transição.
No compromisso, o Carrefour afirma que vai atuar para elaborar um protocolo com as diretrizes do sistema sem gaiolas a ser discutido nas associações do setor como a Abras (de supermercados) e a ABPA.
A empresa trabalha com a ideia de que o sistema de produção sem gaiolas pode aumentar o custo final dos ovos em 15% a 20% logo após a transição, mas este custo deve se diluir no médio prazo, quando o ovo produzido sem gaiolas deixará de ser "e nicho" e passará a ser considerado o padrão.
Pesquisa encomendada pela ONG Mercy For Animals apontou que 81% das pessoas se preocupam com a forma como os animais são tratados pela indústria alimentícia. 72% acham que o consumidor deveria estar ciente sobre a crueldade contra animais envolvida na produção de comida e, para 57%, restaurantes e supermercados deveriam parar de oferecer produtos que envolvem sofrimento para os animais.
A pesquisa foi realizada pelo instituto Ipsos em 2017, com 1001 internautas de ambos os sexos, com 18 anos ou mais, e tem margem de erro de 3 pontos percentuais. Além de perguntas genéricas, o questionário exibia uma foto do sistema de produção de ovos com as gaiolas.
Perguntados sobre o que achavam do confinamento de galinhas em gaiolas limitando seus movimentos, 63% dos entrevistados consideraram absolutamente inaceitável tal procedimento, 19% parcialmente aceitável, 9% não tinham opinião, 7% achavam parcialmente aceitável e 3% absolutamente aceitável.
OVO DE GRANJA INDUSTRIAL
As galinhas ficam confinadas sem espaço para se mover nas gaiolas. Os animais têm seus bicos cortados como forma de aumentar a produtividade. Como são alimentadas com ração, é possível obter manejar a produção de ovos com acréscimo de vitaminas ou outros aditivos.
OVO CAIPIRA
Para a produção do ovo caipira, as galinhas têm de ser criadas fora de gaiolas, ciscando livremente, e devem se alimentar de ração vegetal, sem adição de corante. As galinhas não podem receber complementos, hormônios, antibióticos ou outros remédios.
OVO ORGÂNICO
Para ser considerado orgânico, a criação das galinhas tem de ser sem gaiolas e a alimentação integralmente orgânica, sem uso de agrotóxico ou fertilizante químico. As galinhas não podem receber complementos, hormônios, antibióticos ou outros remédios. Não podem sofrer debicagem e nem confinamento. O produtor precisa receber uma certificação específica de alimento orgânico conforme padrões estabelecidos no setor.
Fonte: Gazeta do Povo
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