Empresa alemã foca em marcadores genéticos de tilápia
Publicado em 30/05/2018
A tilápia é uma realidade entre todas as cadeias do agronegócio paranaense e as projeções para o futuro desta proteína animal
atraem olhares do mundo para o Estado. Há dois anos, a Aquabel - empresa produtora de alevinos em Rolândia e em mais cinco
Estados do País foi adquirida pelo grupo alemão EW (75% da empresa), que atua internacionalmente com proteína animal e está
de olho no mercado da tilápia. De lá para cá, o impacto na produção de alevinos tem sido gigantesca, com transformações substanciais
no melhoramento genético desses animais.
De acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná, em 2010 a produção estadual foi de 36,8 mil toneladas de
pescado, sendo que 27 mil toneladas (73%) eram de tilápia. Em 2016, o valor total fechou 93,2 mil toneladas, sendo 85,7 mil
toneladas (92%) de tilápia, alta total de 153,2%.
Projeções que o sócio e CEO da Aquabel, Ricardo Neukirchner,
não tem dúvidas que irão evoluir e isso, claro, refletem na produção de alevinos. A empresa atualmente produz em torno de
100 a 120 milhões de peixes em suas seis unidades: Rolândia, Turvânia (GO), Paranaíba (MT), Recife (PE), Ilha Solteira (SP)
e Fortaleza (CE). "Só aqui no Paraná, estamos tratando de 20% do volume total. Todo esse movimento está sendo bem interessante
para as grandes indústrias do Estado, que é o maior produtor de tilápias do Brasil principalmente devido às cooperativas,
com a Copacol e C.Vale, que juntas têm frigoríficos que abatem em torno de 200 toneladas de tilápia por dia."
Neukirchner
explica que o grupo alemão que adquiriu 3/4 da sua empresa sabe o impacto que o peixe terá na alimentação mundial daqui para
frente. "O movimento deles com a tilápia é porque seguramente (a atividade) será uma das maiores formas de produção de proteína
animal junto com o frango. É a que mais cresce no mundo. 50% do peixe consumido no mundo hoje vem de cativeiro, porque o consumo
per capita mundial está crescendo. Peixe para cultivar em cativeiro é a tilápia."
Para atender esse futuro promissor,
o empresário explica que os alemães apostam fortemente em melhoramento genético dos alevinos. Ele explica que a holding já
tem um trabalho muito sólido nesse sentido na cadeia de frango e outras proteínas. "A novidade é a busca de marcadores genéticos
específicos por meio do genoma do peixe. Não um melhoramento baseado no visual, mas em cima do genoma da tilápia. Isso está
sendo feito desde a entrada do grupo há dois anos. Eles usam essa tecnologia em frangos e assim teremos peixes resistentes
a certas doenças, com crescimento mais elevado, maior rendimento de filé, tudo que a indústria exige."
Segundo
Neukirchner, a empresa alemã deve abrir novas unidades de produção de alevinos pelo mundo nos próximos anos, utilizando esse
tipo de tecnologia. "Na Aquabel, as projeções são de triplicar a produção em dois anos."
Fonte:
Folha de Londrina
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