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Publicado em 20/07/2017
Empresas dos setores químico, biotecnológico e de nutrição animal interessadas em matérias-primas
renováveis para a fabricação de novos produtos podem contar com uma nova ferramenta para buscar as tecnologias
necessárias. A Unidade de Agroenergia da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) acaba de lançar a Vitrine
Tecnológica, plataforma que divulga inovações criadas no centro de pesquisa da entidade para fazer
com que cheguem mais rapidamente ao mercado. A nova ferramenta vai ao ar com 34 produtos e processos em fases intermediárias
de desenvolvimento.
De acordo com o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia,
Bruno Brasil, experiências anteriores da unidade mostraram que, atuando em conjunto com o setor produtivo nas fases
iniciais e intermediárias de desenvolvimento tecnológico, consegue-se obter resultados e promover a inovação
mais rapidamente. Além disso, os riscos e custos do desenvolvimento tecnológico – em geral bastante elevados
em fases iniciais – são compartilhados entre iniciativa privada e a Embrapa. Cerca de dez tecnologias da instituição
já foram transferidas para empresas da área química e agrícola por meio de inovação
aberta, modelo adotado pela Vitrine Tecnológica.
Os produtos e processos tecnológicos expostos
na vitrine estão agrupados em quatro eixos: biomassas para fins industriais, biotecnologia industrial, química
de renováveis e materiais renováveis. No primeiro deles, estão novidades para a produção
de cana-de-açúcar, microalgas e pinhão-manso. Já no segundo, estão microrganismos e enzimas
para serem aplicados na desconstrução de biomassa, geração de produtos químicos, tratamento
de efluentes e produção de biogás.
O eixo de química de renováveis é
basicamente composto por processos químicos ou produtos obtidos por meio de processos químicos, tendo sempre
biomassa ou resíduos dela derivados como matéria-prima. São tecnologias para tratamento de biomassa,
secagem de frutos e refino de óleo de macaúba, reforma de biogás, microencapsulação de
betacaroteno e biopesticidas. Por fim, no eixo de materiais renováveis, a Embrapa Agroenergia dispõe de tecnologias
para produção de nanofibras de celulose e obtenção de borracha natural reforçada.
Desde a criação, a Embrapa Agroenergia dedica-se ao desenvolvimento de matérias-primas, insumos
e processos para a produção de biocombustíveis, mas também à busca de tecnologia para transformar
principalmente os resíduos das cadeias produtivas em produtos com valor de mercado. “Os ativos contemplados em
nossa vitrine, e hoje colocados para negociação, são o resultado do que foi investido na Unidade nos
últimos anos”, observa o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Alexandre Alonso.
NÍVEIS
DE MATURIDADE – Na vitrine, a Embrapa Agroenergia indica o nível de maturidade tecnológica
de cada ativo em escala de 1 a 9, adotando metodologia criada e utilizada pela Agência Espacial Americana (NASA), adaptada
para a pesquisa agrícola e biotecnológica. Quanto mais próximo de 9, mais a tecnologia encontra-se preparada
para o mercado.
A atuação da Embrapa Agroenergia pode ir até o nível 6 ou 7, já
que os últimos estágios correspondem à produção comercial, o que não faz parte da
atuação do centro de pesquisa. “O modelo de negócios da Embrapa Agroenergia é focado na
geração de soluções tecnológicas para inserção no mercado de inovação,
e não em produtos acabados para comercialização direta”, explica Alonso. Por isso, os produtos
e processos apresentados na vitrine estão entre as etapas 3 e 5. “Continuar o trabalho em conjunto com uma empresa
é essencial para direcionarmos as características dos produtos e processos ao que efetivamente poderá
ganhar mercado”, reforça Alonso.
No estágio em que muitos dos ativos se encontram, um mesmo
produto ou processo pode atender diferentes segmentos de negócios, adotando rotas diferentes de desenvolvimento. É
o caso de algumas enzimas que podem ser customizadas para atender a indústria têxtil, de bebidas ou usinas de
etanol celulósico. “Essa vitrine apresenta produtos semi-acabados, ou seja, tecnologias em desenvolvimento.
Então, podemos derivar de cada um desses ativos diversos produtos”, afirma Alonso.
O centro de pesquisa
também aposta na incubação de empresas de base tecnológica para as próximas etapas de desenvolvimento
e para comercialização. O Parque Tecnológico de Brasília (Biotic), criado por lei em janeiro deste
ano, tem a biotecnologia como uma de suas áreas prioritárias. “Temos aí uma oportunidade e um desafio
para construir novos modelos de negócios com tecnologia da Embrapa”, diz Alonso.
Empresas e pessoas
interessadas podem entrar em contato com a instituição pelo site ou pelo telefone (61) 3448-1581. Para agosto,
está prevista uma rodada de negócios na sede da instituição, em Brasília.
Informações: Agência
de notícias CNI
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